quarta-feira, 17 de maio de 2017

Budapeste no Ano Novo


Há muito que Budapeste tinha suscitado a minha curiosidade mas quando soube que uma amiga minha, Kristina da Eslovaquia, ia celebrar a passagem de ano na capital da Hungria com os amigos, pareceu-me a oportunidade ideal para embarcar e conhecer este destino. E Budapeste superou as minhas expectativas. É das cidades Europeias mais belas e interessantes que tive o privilégio de conhecer.


Cheguei a Budapeste no dia 30 de Dezembro, no dia anterior á grande festa da Passagem de Ano. Nunca tinha estado num país tão a Leste na Europa e por isso a sensação á chegada foi pioneira para mim.
Há 2 voos por semana, diretos do Porto, com a companhia Wizz Air (Terças-feiras e Sábados) e os preços são simpáticos se os bilhetes forem comprados com antecedência. 
A cidade de Budapeste tem, não só uma arquitectura brutal, como monumentos históricos, atividades únicas como banhos de água termal e um ambiente multicultural pois nela habitam pessoas de vários países. A atmosfera nocturna é muito intensa e encontram-se bares subterrâneos, que parecem abrigos do tempo da guerra, mas cheios de alma e vida.

Traseiras do Parlamento
O edificio do Parlamento é talvez o mais emblemático símbolo de Budapeste e a imagem que todos provavelmente conhecem da cidade. O Rio Danúbio, um dos maiores e mais famosos da Europa, corta a cidade de Norte a Sul, dividindo-a no lado Buda e no lado Peste. Na antiga Buda encontra-se o belo Bastião dos Pescadores, que parece uma imagem retirada dos contos da Disney e é sem dúvida um dos locais a visitar, não só pelo monumento em si, mas também pela vista, que é a melhor possível sobre toda a cidade, principalmente a vista sobre Peste.

A minha amicíssima Kristina, beleza de Leste

O Parlamento

Ponte Margit
 É muito fácil caminhar por Budapeste, mas para além disso, também existe uma rede de autocarros muito funcional e um Metro muito característico, o Millenium, que é o segundo mais antigo do mundo, após o de Londres. Devo confessar que fiquei encantada com algumas estações de metro que parecem autênticos Museus em movimento, com portas de madeira muito bonitas e antigas e colunas metálicas arqueadas com um estilo muito bonito. O bilhete pode ser adquirido na bilheteira, em maquinas exteriores ou na entrada das escadas para o Metro a funcionários que poderão estar a vender bilhetes (pelo que percebi, cada estação tem modo de venda diferente). Os bilhetes do autocarro pode ser comprado directamente ao motorista.



No segundo dia então, e já na preparação para o final do Ano 2016, eu e Kristina fomos fazer uma caminhada exploradora pela cidade, na direção do Danúbio, pois eu queria muito ver o Parlamento. Na procura do rio encontramos um grupo de Italianos que também seguiam o mesmo destino e acabamos por nos juntar e ter uma das tardes mais divertidas da minha vida. Estavam temperaturas negativas, eu não me conseguia mexer praticamente dentro da minha roupa, tamanho era o numero de camadas de casacos e camisolas, mas o sorriso não congelou e nada nos impediu de caminhar na cidade, parar ocasionalmente para nos aquecermos com uma bebida quente e seguir para os preparativos da Grande noite.
A passagem de Ano foi celebrada no Club Morrison´s 2, onde tinhamos reservada uma mesa com uma garrafa, adivinhe-se, de Vodka (não Champanhe como eu esperava). Mas afinal estavamos no Leste da Europa, onde Vodka é rainha.


Grupinho maravilhoso para acabar em perfeição o ano 2016



O sentido de humor dos rapazes italianos é muito semelhante ao dos nossos portugueses e de repente ja parecíamos amigos de longa data

O grupo de amigos prontos para o ano 2017: 4 eslováquios, 1 mexicano, 1 espanhol, 1 búlgaro e 1 portuguesa
 Depois de uma longa e grande noite de celebração e de dormir quase o dia todo, duas decisões pareceram as mais acertadas para iniciar o ano novo da melhor maneira, uma refeição decente num sitio maravilhoso e um banho de águas termais num dos mais famosos SPAs de Budapeste.

A maior dificuldade para mim em Budapeste foi encontrar comida que não seja carne, pois a gastronomia por aqueles lados é muito centrada na carne e por isso foi um pouco desmotivante, no entanto, La Bodeguita del Medio, um dos restaurantes mais famosos da cidade, tem um ambiente cubano maravilho e uma ementa, claro, cubana, mas com opções vegetariana para mim.

Depois da refeição maravilhosa, voltamos ao frio esmagador das ruas em direção ao SPA de Água termal Széchenyi. Budapeste tem o maior sistema de agua termal do mundo. Széchenyi Spa foi construido em 1913 e tem 18 piscinas de água termal (interiores e exteriores), saunas, terapias de massagem...
http://szechenyispabaths.com/

La Bodeguita del Medio, restaurante e bar cubano

Estação-Museu

Metro Millenium


O Spa estava aberto até ás 21h00 e ja era noite quando chegamos ás 18h30. Escolhemos as piscinas exteriores pela singularidade da experiência, mas com -9ºC no exterior, não foi fácil ganhar coragem para deixar o quente do interior do edificio e abrir portas, em bikini e uma toalha enrolada. A opção foi respirar fundo, ganhar coragem e correr (tentando não escorregar no piso molhado) para dentro do conforto da água quente da piscina. Não tinha câmara á prova de água infelizmente pois gostaria de ter gravado o momento. Nunca pensei encontrar as piscinas cheias de gente, ainda em ressaca da festa da passagem de ano, mas com tanta euforia a brincarem na água, a fazerem rodas humanas e a usufruir do calor da agua quente, num ambiente de frio congelante. É indiscritível. Mantivemos a cabeça apenas de fora, congelada, mas o corpo sempre quente dentro de agua durante quase duas horas. Ganhar coragem para sair da piscina foi outra luta, mas os corpos vermelhos não disfarçavam o calor em que tinhamos estado expostos durante aquele tempo. Fenomenal maneira de começar o ano. Pessoas de diferentes dialectos partilhavam aquele momento e a dada altura um grupo de Hungaros na casa dos 60 anos, com grandes cordões de ouro ao pescoço, juntaram-se a nós e traziam 1 garrafa de Whiskey (de qualidade, calculo pois não sou apreciadora) e uns copos de plástico que insistiram que bebêssemos ali em modo de celebração de ano novo. Não querendo parecer indelicada bebi um pouco, até porque esperava que me ajudasse a aquecer; foi um sacrifício, confesso.
As fotografias seguintes foram já tiradas próximas do fecho e não captam a magia do local mas dá uma pequena ideia de como é.








No dia seguinte, ultimo dia com a Kristina, fomos passear ao Bastião dos Pescadores - HALASZBASTYA.
Uma grande escadaria nos esperava em direção á Muralha da cidade antiga e isso já fazia adivinhar as vistas. Subimos e aquecemos. Tudo era uma luta para nos mantermos quentes.



A vista sobre o Rio Danubio, Buda e Peste. A acesso a esta área é livre e junto existe uma Catedral belíssima bem como imensos restaurantes, cafés e lojas. Parece uma pequena cidade medieval e os edificios estão muito bem conservados conservando as suas características originais. 

Cliquem na imagem para verem a panorâmica em pormenor pois vale a pena ;)







Bastião dos Pescadores



Adoro portas de madeira








No dia 3 de Janeiro eu fiquei sozinha e na véspera da minha partida fiz mais uma exploração pelas ruas, sem mapa ou percurso, apenas caminhei e espreitei quando me sentia curiosa. Encontrei um mercado fechado com uns restaurantes ótimos e bom ambiente. Visite mais de perto o Parlamento, a Basilica de S.Estevão, a bela Ponte Pênsil Széchenyi Lánchíd e o caminho ao longo do Rio Danúbio onde me deparei com o interessante Memorial "Sapatos ás Margens do Danúbio", que é uma homenagem ás vítimas judias da II Grande Guerra. Os judeus foram ali ordenados a retirarem os seus sapatos e foram executados nas margens do rio, de modo a que a corrente levasse os seus corpos e os sapatos foram deixados para trás. É uma obra esculpida e imaginada por Gyula Pauer.

Entrada do Mercado

Interior do Mercado





Interior de um restaurante típico




Memorial "Sapatos ás Margens do Danúbio"









Ponte Pênsil Széchenyi Lánchíd

Um poderoso aliado naquele gélido país, Chá de gengibre, mel e limão




Basílica de S.Estevão




A particularidade do clima a que me sujeitei, nada habitual para mim
Para terminar ha dois bares que aconselho a visita, que são o Lámpás e o Csendes Letterem. Se os visitarem vão entender a minha sugestão.
Budapeste é uma cidade bela, muito bem conservada, com uma alma muito própria e interessante. É uma cidade que sobreviveu á guerra e que agora se ergue esplendorosa. Para repetir.

Obrigada Kristina pelos nossos dias juntas

FELIZ ANO 2017!!!

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