domingo, 2 de dezembro de 2012

Última paragem nas Filipinas -Alona Beach e Bohol!



Alona Beach
Alona Beach é a praia mais concorrida de Bohol. Na verdade, Alona não fica na grande ilha de Bohol, mas sim numa ilha anexada que se chama Panglao. Há várias formas de se vir para aqui, duas delas são apanhar um voo para Tagbilaram que fica na ilha de Bohol e daí apanhar um táxi para Alona ou fazer um voo para a ilha vizinha, que tem o segundo aeroporto mais concorrido do país, Cebu e depois apanhar um táxi para o Pier 1 ou para o Pier 4 e daí apanhar um ferry para Bohol, seguido de um táxi para Alona Beach. A opção escolhida for a segunda, pois de Puerto Princesa não existem voos para Tagbilaram, mas há para Cebu. O ferry com opção de 1ªclasse custa 600 pesos (cerca de 12€) e dura 2 horas, com tv, wifi e ar-condicionado. Á chegada a Bohol somos atropelados por ofertas de transporte para a ilha. Existem os oficiais e obviamente os mais baratos, não oficiais. (500 ou 300 pesos respectivamente, por carro com motorista).



Á chegada a Alona Beach fiquei um pouco desorientada com a apresentação local. Trata-se de uma pequena praia de areia branca e palmeiras, com um mar limpo e azul, e um amontoado de restaurantes, hoteis/bungalows e lojas de mergulho (que é uma actividade em força nesta zona privilegiada das Filipinas). Escolher um lugar para ficar não foi tarefa fácil, primeiro porque é difícil descobrir onde começa e acaba um hotel e segundo porque era fim de semana e muitos hoteis já estavam repletos. Acabamos por ficar num bungalow barato de 1000 pesos, mas como mal saímos para jantar, alguém entrou e nos remexeu as mochilas (mesmo não dado falta de nada), fizemos mudança para um hotel bem simpático, em frente á praia e com excelente apresentação – o Pyramid! Após negociado o preço ficou por 1800 pesos a noite (sem pequeno-almoço) – 18€ por pessoa.





Agora que cheguei a Alona Beach, a um dos centros turísticos de Bohol, deparei-me de novo com as pessoas locais corrompidas pelo turismo. Coisa que já não via desde Kuta Beach, em Bali (Indonésia). Apesar de serem um pouco incomodativas, ás vezes, é óbvio que estas pessoas apenas tentam sobreviver da melhor maneira que conseguem, com mil e um artifícios apelativos para nos fazerem gastar dinheiro, desde as senhoras, que vestidas de azul e com um crachá nos querem fazer uma massagem na praia, aos tatuadores de henna, que ao ver passar dizem “do you want a tatto m’am?”, aos funcionários dos restaurantes “breakfast m’am?”, “dinner m’am?”, aos condutores de mota e de carro, que com as suas fotografias plastificados nos perguntam “do you want to see Chocolate Hills and Tarsier m’am?”, “What about island tour m’am, watch dolphins and snorkeling?”…bem, muito se ouve enquanto se passeia na pequena localidade de Alona!



New friends
Parte do staff do nosso hotel :)

Ao fim de dois dias apenas em Panglao, ja toda a gente nos conhece e é impossível resistir-lhes - sao extremamente amigaveis. Os rapazes gostam de nós por razões obvias ;) As raparigas nao escondem que nos admiram pois gostariam de ser como nos. Eu tento mudar a cabeca delas dizendo que eu preferia ter o corpo magro delas e o nariz pequeno, bem diferente do meu grandalhão, ter um cabelo liso e bem saudavel como o delas, mas elas nao se convencem e continuam a desejar as curvas do corpo europeu e o nariz grande. Nunca estamos bem com o que temos. Nos por outro lado, tambem invejamos o facto de estas pessoas viverm num sitio idilico, mas eles invejam o facto de vivermos em acropoles com shoppings em todo o lado, cinemas, grandes predios, festivais... Curiosidades culturais.

Ha umas ilhotas bem pequenas, perto de Panglao, que podem ser visitadas numa excursão de barco. O inicio da viagem comeca bem cedo para se ver os golfinhos a passar em frente a nossa ilha. O snorkeling nessas ilhas pequenas e' magnifico e a minha amiga Joana teve ate a sorte de ver uma tartaruga.


A primeira paragem


Pouca profundidade

Uma agua divinal


Um gatinho afavel que mora na ilhota

De volta a Panglao

 Num dos dias em Bohol decidimos pagar um motorista para nos levar a visitar duas das atracções únicas da Ilha e das Filipinas: the Chocolate Hills e Tarsier Conservation Center.




Os Tarsiers são o mais pequeno primata do Mundo. pesam entre 80 e 160g e medem entre 75 e 160mm.
De acordo com estudos dos fósseis na China e no Egipto, os Tarsiers existem desde há 40 milhões de anos.
Os Tarsiers das Filipinas são os Tarsius Syrichta e os cientistas dizem que estes migraram da China para o Sudoeste Asiático na Época Mioceno.
Sao noctívagos e caçam durante a noite, insectos ou pequenas aves.
Mas soa muito calminhos de dia e gostam de dormir, por isso a visita ao Centro deve ser feita em silencio para não assustamos estes pequenos amiguinhos.



Eu, Joana e o nosso pequeno amiguinho atrás de nós

Depois de visitarmos este pequeno admirável animal, fomos em direcção a um Parque Geológico inigualável, as Colinas de Chocolate.



Não se deixem enganar pelo nome, elas não são feitas de chocolate! :) 
Chamam-se Colinas de Chocolate porque a relva que as cobre, durante a Época Seca das Filipinas, torna-se castanha e parece chocolate. 
Não se sabe bem a origem destas colinas tão características quase setena por mais de 50 Km2. Existem cerca de 1260 colinas e especialistas dividem-se em duas opiniões: foram modeladas pela acção dos ventos durante milhões de anos ou seriam fruto de um fenómeno vulcânico sub-oceanico.
As Colinas de Chocolate esta a candidatar-se para fazer parte da Lisa de Patrimónios da Humanidade da UNESCO pelo seu valor estético e geológico único no Mundo.
http://www.chocolatehills.net














A passagem pelas Filipinas ficou marcada também pela ameaça de um Tornado  chamado "Pablo".
Eu e Joana estávamos em Bohol quando fomos informadas desta ameaça. O Pablo estava com grande intensidade na Ilha de Mindanao e foi o tufão mais forte de sempre a atingir aquela Ilha. 
Infelizmente morreram cerca de 1000 pessoas com a passagem do Pablo, maioritariamente devido a derrocadas e inundações em Mindanao... Houve também muitos danos materiais e cortes nas vias de comunicação.
Pesquisando o mapa do percurso do Pablo, havia a possibilidade de ele atingir a Ilha onde nos encontrávamos nos próximos dias. Compramos mantimentos e levamos para o nosso quarto.
Os ferries e os voos foram cancelados durante cerca de 4 dias. Ninguém podia entrar ou sair da Ilha. Ali estávamos expectantes.
Dias depois, sentimos ventos fortes e houve uma mudança na ondulação do mar, que outrora fora calmo como um rio.
Os hotéis que ficavam localizados em frente à praia, protegeram-se com muros de lona que foram improvisados. Os restaurantes fecharam. Fui para a praia para sentir a força da Natureza, mas a dada altura olhei para as palmeiras agitadas e pensei que era melhor me refugiar no quarto, onde se encontrava também a Joana, antes que fosse atingida por um coco.

Rota do Pablo

Protecção dos hotéis e restaurantes em frente á praia

Mantimentos para a eventualidade de serem necessários
Na noite de maior intensidade o staff do nosso hotel trouxe-nos o jantar ao quarto. Talvez fossemos os únicos hospedes do Hotel. O certo é que quando nos apercebemos tínhamos quase metade do staff no nosso quarto na conversa. Sem Internet e parte da noite sem luz, os jovens vieram confraternizar com as duas amigas portuguesas deles,naquela noite assustadora.
Felizmente a intensidade do Tufão era pequena quando passou á nossa frente e não houveram danos de maior em Bohol.
Ficou o respeito por quem tem de viver e sobreviver este tipo de teste da Natureza e o lamento pelas mortes na Ilha de Mindanao.

Alguma agitação no nosso hotel

A praia deserta

We did it! Survivors <3 <3 


Depois da tempestade vem a bonança 



Um calmo anoitecer




O bonito pôr-do-sol em Panglao


As ilhas de Bohol e Palawan são ilhas paradisíacas das Filipinas e com pessoas maravilhosas para nos receberem. Os preços são bastante acessíveis e há  a possibilidade de se experimentar muitas actividades relacionadas com o mar, a Natureza, gastronomia, musica,etc. Acima de tudo, senti que é um país muito hospitaleiro e que as pessoas se ligam a nós como nunca experimentei noutro país. Elas mantêm o contacto para sempre! E para sempre ficarão no meu coração.
"Salamat"