domingo, 20 de novembro de 2011

Inhambane

Inhambane, 7 de Novembro **

Proclamada "terra de boa gente" por Vasco da Gama, Inhambane é a capital do distrito com o mesmo nome.
É uma cidade onde se consegue recuar no tempo e imaginar como seria na época colonial. As casas de estilo português estão, na maioria, bem conservadas.
Caminhar pelas ruas é sentir, quase, como se estivéssemos no nosso País.
Todos os edifícios importantes , como as Escolas, as Igrejas, os edificios municipais e governamentais são de estilo colonial português.
Encontrei algumas padarias, com pães de cereais, ou pãezinhos doces bem fofos, iguais aos nossos. A influência portuguesa está presente, e bem presente, nos hábitos alimentares moçambicanos.
Na Época dos Descobrimentos, Inhambane foi um importante porto de abastecimento pelos mercadores portugueses, e no século XVIII foi ocupada por Portugal. Em meados deste século, cerca de 1500 escravos por ano passaram por este porto comercial e foi um dos motivos do desenvolvimento económico da região até ao século XIX quando a escravatura foi abolida.

















A minha passagem por esta cidade durou apenas um dia. Propositadamente decidi entrar num Autocarro para Maputo nesta cidade, invés de seguir directa do Tofo. Assim, apanhei um "chapa" no centro do Tofo por 25 Meticais (10 por pessoa + 15 da bagagem) e tive a experiência de fazer um percurso de 1 hora, com várias paragens pelo caminho. O 2chapa" era uma carrinha de 9 lugares, mas adivinhem quantas pessoas foram entrando, até o veículo ficar "entupido"? 25!!! Quando eu achava que já não cabía mais ninguém, as pessoas íam entrando ao longo do percurso, ao ponto de irem em pé, dobradas (porque é impossível ir-se direito) e com as nádegas encostadas à porta e as cabeças em cima das cabeças de quem ía sentado. O motorista dá ordem para nos apertarmos, rudemente. Dá vontade de rir, de tão caricata que é a situação, mas por respeito ao modo de vida destas pessoas, controlo-me...
No dia seguinte, mais uma experiência caricata/exaustiva/desesperante/cómica (...), a deslocação de autocarro de Inhambane para Maputo.
No centro desta cidade histórica existe uma Central de Autocarros e Chapas, de onde partem para vários destinos do país. Não há autocarro directo para Maputo. Para isso terímaos de ir apanhar o TCO a Maxixe, por isso fui no autocarro comum. Sem A\C, sem WC, sem limite de passageiros... E 8 horas de vaigem para fazer cerca de 400 km, e mais uma vez com várias paragens pelo caminho.
Mas este é o espírito de África; é assim que se vive e tinha que sentir esta experiência também. Nas várias paragens somos abordados por vários comerciantes que correm para o autocarro para tentar venderem os seus produtos: côcos, bananas, refrigerantes, mandioca, esteiras, cajú, doces...a dada altura, olho para tras de mim e vejo que não cabe mais ninguém...está cheio de pessoas e de malas e ouço uma galinha e pintaínhos que vão no colo de uma senhora. Este é o "verdadeiro" autocarro! :)








segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Tofo * Mocambique

TOFO, de 1 a 7 de Novembro de 2011
Praia do Tofo


No Tofinho, e as baleias a viverem no pano de fundo :)

O Tofo fica na Província de Inhambane e e’ uma linda vila a’ beira-mar. Dizem que quem a visita fica sempre mais tempo do que previa. Assim aconteceu…tinha programado 4 noites para o Tofo – ficamos 7 noites! J
(Peco desculpa pelos erros de acentuação, mas simplesmente não os encontro neste teclado)
O Tofo e’, para alem de uma das praias mais bonitas que vi, uma terra de pescadores com uns residentes muito especiais, os Tubaroes-Baleia. A maior parte das pessoas que por lá passa tem o intuito de visitar estes gigantes. Mergulhadores ou praticantes de snorkeling tem o privilegio de os poder observar através de uma excursão organizada. Para alem destes gigantes, há outros animais que podem ser observados, como as Mantas gigantes, golfinhos, tubarões e outras baleias…

Tofinho




Um pescador do Tofo a exibir simpaticamente a sua pesca

Perto, a alguns minutos de caminhada esta uma bela praia que e’ frequentada pelos praticantes de surf e bodyboard devido as suas ondas gigantes ( e e’ preciso ser-se bem experiente para se manobrar naquele pedaço de Oceano) – O Tofinho! O Tofinho e’ um sitio lindo, com umas cores fantásticas, de onde também, por vezes se podem observar os saltos das baleias, pois e’ nesta zona que elas mais se concentram. E’ também um sitio com historia, com um monumento que simboliza o fim da escravatura – um braço com uma corrente quebrada!
No Tofo conheci pessoas puras, crianças e jovens que vagueiam pela praia a tentar vender os seus produtos. Ou simplesmente curiosas connosco, que se sentam ao nosso lado só para nos observar ou ouvir. A maior parte delas fala bem inglês (pois tem muitos turistas sul-africanos). Neste momento estamos na época baixa e só em Dezembro e’ que este local se vai preencher de turistas, pois e’ a altura das ferias escolares no pais vizinho.
Um jovem a quem comprei uma capulana (tecido com desenhos moçambicanos, utilizados para fazer saias ou outras indumentarias) mostrou curiosidade no jogo que eu estava a fazer – o Sudoku. Tentei explicar mas teve dificuldade em compreender, por isso expliquei-lhe o jogo da sopa de letras, mas mesmo assim parecia ser um jogo complicado. Após umas tentativas, entreguei-lhe as folhas que tinha com aquele passatempo e levou com ele para exercitar a mente.  No dia seguinte, o menino Ernesto, de 11 anos, que estivera atento a’ minha explicação pediu-me o mesmo jogo, pois também quer treinar o cérebro. E’ muito inteligente, tivemos uma conversa em inglês onde pode praticar e mostrar os seus dotes. Tem 8 irmãos e anda pela praia a vender pulseiras após as aulas, com alguns dos seus maninhos atrás. Prometo-lhe uma mochila e uns lápis, bem como umas roupinhas de menina, que diz que pode ficar para a irmã de 10 anos. Assim foi, um dos momentos mais lindos que tive nesta viagem. O sorriso por receber coisas tão simples, tão banais em Portugal. Recomendo vivamente que levem utensílios escolares e roupas ou brinquedos usados para países como este. E’ tão fácil fazer uma criança feliz por estes lados. Ernesto vai feliz, leva também os jogos de Sopa de Letras consigo. Já falou na “amiga” dele lá em casa. O pai e’ pescador. Quer estudar para um dia quem sabe, trabalhar num hotel no Tofo, porque e’ um bom emprego. Despede-se de mim, oferecendo-me uma das pulseiras que vende na praia. Digo-lhe que nunca o vou esquecer e só me da vontade de chorar, com este pequeno grande gesto de gratidão. Todos os dias me visitava na praia para uns minutos de conversa.
A aprenderem a fazer o jogo "sopa de letras" :)
 
As pequenas ofertas

Joana a ensinar o jogo da "macaca" da nossa infância - teve sucesso ;)

Ritual diário...

Fruta da época comprada na praia

Mama Luísa a fazer tranças
Outra coisa maravilhosa por aqui, e’ mais uma vez, a comida. Encontramos um restaurante, o Tofo-Tofo, que para alem de ter fantástica comida caseira, tem preços muito acessíveis (uma coisa difícil de encontrar nos roteiros turísticos de Moçambique). Comi uma sopa de feijão, quase tão boa como a da minha mãe!! E tudo e’ cozinhado na lenha.

Restaurante Tofo Tofo - comida excelente e baratíssimo
Uma sopa de feijão maravilhosa (igual á de minha casa)
MATAPA - um prato típico de Moçambique
Todos os dias admirávamos os belos e enormes peixes que os pescadores traziam nos seus pequenos barcos. Ali, no local onde atracavam os seus barcos, pesavam o peixe, que as vezes era do tamanho de um homem, lavavam e o cortavam no mar. E’ o sitio e a altura mais indicada para quem quiser comprar peixe fresco. Para os amantes da pesca, este e’ um paraíso para a actividade, pois perto da costa abundam estes gigantes.
Muitos dias de praia, convívio, descanso e contemplação! Tofo, eu recomendo!


Monumento ao fim da escravatura
Local onde lancavam as pessoas condenadas a' morte


Um simpatico pescador a fazer pose

Praia da Rocha em direcao ao Tofinho
Eu e a minha companheira de viagem, Joana
Pescadores de regresso
Com os meus amiguinhos
Outros simpaticos amiguinhos residentes no Tofo

Os barcos coloridos dos pescadores


A prepararem o peixe mal chegam a' praia

Peixe grande e' pescado todos os dias

Tofo
 
O querido e inteligente Ernesto


Irmao do Ernesto





Um Restaurante


Mercado ao ar livre

Mercado do Tofo
Num dia de vento forte

Casa Barry, vista do Bungalow


Um arroz de marisco feito por uma portuguesa, EU!! :)

Vendedora de capulanas


A comprar o marisco para o jantar
Walking and enjoying everything around me :)

Lindo!
Os nossos amigos ingleses que nos acompanharam nos primeiros dias - foi bom partilhar com eles tambem!