sábado, 9 de janeiro de 2016

Mustique, uma ilha privada

Com cerca de 2 meses passados na Ilha de Mustique, não faltam historias e imagens para partilhar.

A Ilha de Mustique é uma ilha privada que se situa no país de Sao Vicente & as Grenadines. Tem cerca de 6 metros quadrados e é gerida pela Mustique Company.

Basil´s Bar
Não é uma ilha muito conhecida pois o acesso não só é difícil como é extremamente dispendioso. Quem lê imprensa cor-de-rosa já ouviu falar nesta ilha por causa dos famosos. Como eu não leio esse tipo de revistas, não tinha conhecimento que isto existia.
A Mustique Company gere cerca de 75 vivendas privadas, sendo que algumas são alugadas a quem quiser gozar de umas luxuosas ferias na Ilha. Os preços não são convidativos para os comuns mortais, mas faz parte da lista de proprietários o Mick Jagger, Brian Adams...e são hospedes assíduos o Principe William e a sua esposa Kate, que por acaso estavam lá de ferias enquanto o Yate, onde eu trabalhava, se encontrava ancorado. Outra celebridade que la se encontrava era a modelo Kate Moss, com quem tive o prazer de partilhar o mesmo restaurante ao almoço e a praia do The Cotton House no meu dia de folga.
Podem visitar o site da Mustique Company para terem uma ideia do luxo da ilha: http://www.mustique-island.com

Bem-vindos a Mustique

Basil em celebração
A Ilha não possui muitas infra-estruturas publicas pois é uma ilha muito exclusiva, mas apesar de tudo, habitam na ilha pessoas originarias da Ilha de S.Vicente que trabalham nas vivendas e outros serviços e por isso existe uma pequena comunidade local. Existe na pequena ilha, um supermercado, 2 lojas de lembranças e roupa, uma pastelaria, um vendedor de fruta, um mercadinho de peixe, um posto da policia, uma igreja, um posto de correios, uma escolinha primaria, um posto medico e uma biblioteca. O mais famoso Bar da Ilha é o Basil´s mas existe também o Bar de praia do Hotel Cotton House, que sendo o principal hotel da lha, é também um lugar onde se organizam eventos e festas e onde os habitantes das vivendas se encontram para socializar. No The Cotton House existe um belíssimo restaurante que serve comida deliciosa e com uma vista fenomenal. O seu nome deve-se ao facto de descender de uma plantação de algodão fonte de rendimento original na bela Mustique. O outro hotel, de menor tamanho e qualidade mas com uma vista soberba, de uma colina, é o Firefly. Este também tem um restaurante e bar.
Na comunidade local (dos trabalhadores) podemos encontrar bares e discotecas, que infelizmente são tão escondidas que eu so descobri na ultima semana que estive na Ilha. 
Há um Aeroporto de avionetes e um Ferry que conecta São Vicente e Mustique 2 vezes por dia.
A ilha tem uma barreira de coral protegida e os barcos que ancoram na baia têm de pagar uma taxa de conservação diária.

Macaquices

Um cozinheiro, um marinheiro e uma enfermeira na sua folga

Refrescando do calor das Caraíbas

As duas famosas lojas de roupa e lembranças de Mustique
O famoso Basil´s Bar, propriedade do ex empregado de bar na Cotton House, Basil Charles, estabeleceu-se em 1976 e desde então tem recebido celebridades e pessoas ordinárias, todas juntas no mesmo espaço de descontracção, simpatia e boa musica em frente ao mar em Mustique. Diz-se que é comum o Mick Jagger ou o Brian Adams aparecerem e pegarem no microfone e descontraidamente oferecerem um show a quem lá está, enquanto se encontram de férias por lá. Eles têm boa comida, cocktails diversos e musica ao vivo ou Dj residente. Ao Domingo tinham sempre o Sunset Jazz event e muitos marinheiros que ancoram na Baía vêm ao Basil´s para uma bebida e socialização. Basil Charles tornou-se uma figura mediática, conhecido por todos e terá inclusive sido convidado para o casamento de William e Kate. O homem continua por lá a lançar o seu charme e simpatia com quem se cruza com ele. 

Praias lindas


Perfeição
 A ilha tem praias e colinas belissimas. É praticamente um jardim ao ar livre, pois está muito bem cuidada. Existem mesas com bancos de madeira e guarda-sóis de palhinha distribuídos pelas praias e estes podem ser usados para pic-nics. É comum haver algumas mesas reservadas para proprietários das vivendas que escolhem os dias em que vão querer reservar aquele lugar.
A privacidade é muito estimada na ilha privada de Mustique e por exemplo, quando Kate e William estiveram na ilha de férias, qualquer pessoa que acedesse á ilha era interrogada pelos seguranças da Musique Company no sentido de saber se trazíamos cameras fotográficas. Também algumas zonas da ilha foram vedadas de modo a que a família real pudesse usufruir de privacidade maxima.

Caminhando pela ilha encontramos com frequência as tartarugas de terra e apesar de não haver muito trafego (a maioria são carrinhos de golfe) ainda ajudei algumas a passar a rua.

As tartarugas terrestres da ilha
Numa das visitas ao Basil´s Bar, conheci um casal alemão muito divertido que se encontrava lá com dois hospedes seus do seu veleiro e fiquei a saber que eram um casal muito interessante. Eles venderam o seu restaurante e andavam a viajar pelo Mundo no seu pequeno veleiro. Ja tinham atravessado o Atlantico em direcção ao Canadá, EUA e desceram até ás Caraibas. Iriam em seguida, percorrer as ilhas restantes em direcção ao canal do Panamá e depois atravessariam para o Oceano Indico onde iriam navegar até ás ilhas do Tahiti e Polinesia Francesa, Australia, Nova Zelândia...
Mais de um ano passou desde que os conheci e penso que ainda andam para aí no mundo, marinheiros, lobos dos mar...
Eu entrei a bordo do seu veleiro num dia de folga e passei o dia com eles. Partilhamos uma refeição, histórias e belos momentos no mar. 

Visitando um veleiro de exploradores alemães

Preparando um almoço tipicamente alemão



Um por do sol perfeito

 O dia em que quase me envenenei acidentalmente.

No meu primeiro dia de folga, saí para fazer uma caminhada, explorar a costa da baia onde nos encontrávamos e apanhar um pouco de sol. Afinal era o meu primeiro dia de sol depois da viagem que nos tirou do Inverno inglês. 
Caminhei junto da água, contemplei as bonitas tonalidades de azul do mar e impressionei-me com a abundância de conchas gigantes apinhadas na praia. Aquelas conchas que so vira à venda em lojas exóticas em Portugal e que eram maiores do que as minhas duas mãos juntas e que quando aproximava do ouvido conseguia ouvir o mar. Pensei que, apesar das restrições da minha bagagem, teria que levar pelo menos uma comigo. Tudo a distraiu minha atenção, excepto um sinal de aviso de perigo para as arvores e frutos daquela zona da ilha. Não o ví e por isso não me apercebi que a zona que escolhi para me deitar ao sol e junto á agua, tinha uns habitantes perigosos. Vi um pequeno fruto tropical no chão e decidi experimentar. Adoro frutos tropicais e confesso que já estava um pouco saturada do único fruto que tínhamos a bordo, comuns maçãs... Por isso, pensei em provar aquele fruto verde que estava ali. Abri e pus a lingua para sentir o sabor. Confesso que não trinquei apenas porque a primeira sensação que tive na minha língua fora picadas e um ardor. Deitei fora o fruto mas tivera-o na minha boca. Ignorando o perigo do que fizera, adormece quando acordei vi uma rash na minha coxa, um vermelhidão e uma sensação estranha que não sabia descrever. Não me sentia bem e parecia que estava taquicardica, tinha o meu coração acelerado e a sensação que algo estava errado. Como tinha o rash cutâneo e uma vez que não havia hospitais por perto, decidi tomar prednisolona so por prevenção e mais tarde senti-me melhor, sem saber o que se passara comigo. Só uma semana mais tarde, quando tive outra folga e fui de novo caminhar na ilha é que me apercebi do sinal de aviso abaixo... "Arvores Mancenilheira" - VENENOSAS. Não coma as pequenas maçãs verdes. Não fique debaixo das árvores quando chove. Evite tocar nas folhas, flores e seiva. As á árvores estão marcadas com uma faixa de tinta vermelha á volta do tronco"

O sinal de aviso que não ví sobre a fruta venenosa
Existem alguns factos históricos curiosos sobre esta árvore, tais como o facto de Cristovão Colombo ter apelidado estes frutos de "Manzenilla de La Muerte" e os indígenas usarem a seiva desta arvore para envenenar as suas lanças e causar morte agoniante aos seus inimigos. 
Para além dos frutos serem venenosos, o fumo de uma destas arvores a arder provoca cegueira. Também a seiva provoca queimaduras na pele, pelo que é absolutamente desaconselhado abrigarem-se da chuva debaixo destas árvores. Este é um erro típico dos turistas que desconhecem esta árvore, pelo que quis focar aqui o que aprendi sobre esta árvore pois a ignorância pode ser fatal neste caso e eu por pouco não sofri consequencias graves. Estas arvores são muito importantes no ecossistema nomeadamente na preservação de água nos solos e existe em varias ilhas das Caraíbas e America Central. Eu encontrei-as mais tarde na Ilha de St Barth também. 

http://www.jornalciencia.com/meio-ambiente/diversos/3465-conheca-a-arvore-mais-perigosa-do-mundo-apelidada-de-qplanta-de-morteq-e-suas-impressionantes-caracteristicas.html


Um efeito de anel no Sol

Libraria de Mustique

Marquinhos de pesca coloridos

Mercado do peixe
Para finalizar não poderia deixar de falar sobre as pessoas, que são muito afáveis e simpáticas. Todos se cumprimentam e são educados. A maior parte das vezes param para dar boleia se nos virem a caminhar. No final descobri um bar local de musica latina e foi sem duvida um sitio pitoresco e autentico, uma das minhas melhores experiências na ilha de Mustique.

O supermercado da ilha

Ás compras com a Kavi, a minha querida colega de trabalho no barco

The Cotton House

The Cotton House Beach

O espaço maravilhoso da Cotton House



No legendário Basil´s Bar
Vista sobre a Baía principal de Mustique

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