DiNómada: Gili Trawangan

Gili Trawangan já me tinha sido sugerida por um amigo e era um dos sítios eleitos para passar uns dias de repouso e pura contemplação. Gili não é daquelas ilhas que constem nas "ementas" das nossas agências de turismo, daí que os portugueses, na sua maioria, apenas ouçam falar de Bali, Jakarta, Flores, Komodo e pouco mais. Gili é um agolerado de 3 pequenas ilhas entre Bali e Lombok e é Gili Trawangan a maior e mais frequentada. Gili Air e Gili Meno são as mais sossegadas e com muito menor oferta de hóteis e restaurantes, o que é uma mais valia para quem procura um sossego maior do que o de Trawangan.

Gili Trawangan

As três Gili de Lombok

Trawangan é uma ilha procurada por quem quer uma praia fantástica, festa, snorkeling e mergulho. A maior parte da "vida" desta ilha está localizada no lado Este. É aqui que atracam os barcos, que está localizada a pequena vila, os hoteis, os bares e os restaurantes. A praia é mais bonita deste lado da ilha, mas é no lado Oeste que se pode contemplar o pôr-do-sol. É uma romaria diária, no final do dia, a deslocação das pessoas que procuram o por-do-sol, com vista para Bali, acompanhados de uma boa bebida, uma câmara fotográfica e os amigos.
A ilha é tão pequena que pode ser percorrida a pé em cerca de 3 horas. Uma das coisas mais fantásticas é que não existem carros nem as ruidosas motas, tão típicas da Ásia. Ali, só as bicicletas (que podem ser alugadas facilmente) e as carroças de cavalinhos é que têm rodas! De resto, tudo é facilmente acessível com uma caminhada. "Gili" significa pequena ilha.
Gili Trawangan é conhecida pelas festas e faz bem jus ao seu nome. Tem inúmeros bares em frente á praia, que fazem a animação da noite e organizam ás segundas, quartas e sextas-feiras, festas num bar eleito para o efeito. Se saírem numa das noites da festa, já sabem onde vão encontrar toda a gente - é só perguntar "onde é a festa hoje?". Apesar de Trawangan ser uma ilha pequena, ainda assim se nota uma divisão de movimento na mesma e a zona mais calma é a parte Norte.

Os tons de azul do mar das Gili

Chill-out everywhere ;)

Cafés e bares em todo o lado com as suas ementas apetecíveis ;)

A única forma de transporte na Ilha, para além das bikes

A única forma de se chegar á Ilha de Trawangan é através de barco – ferry público ou barco de serviço privado, como os speed boats. Uma vez que me encontrava em Ubud requisitei um serviço que incluía transporte terrestre desde o meu hotel até á Padang Bay e daí, barco rápido até Gili Trawangan. A empresa a que recorrí foi a Gili Cat e este pacote ficou por cerca de 60 USdólar. Um pouco caro, em relação ao serviço público, mas com uma franca poupança no tempo (ainda assim a deslocação de barco durou cerca de 2h30). Existem outros portos de saída em Bali, que podem ser consultados no site da Gili Cat - http://www.gilicat.com/ . A outra alternativa seria voar para Lombok e daí apanhar um transporte terrestre para Pemenang, onde se apanha um barco para Gili Trawangan.

Quando desembarquei em Gili T, já tinha um grupo de novos amigos ingleses, que já vinham na van desde Ubud. No entanto, o hotel deles ficava no interior da Ilha, facto que não impediu o convívio espontâneo. Trawangan é uma ilha pequena onde é quase impossível as pessoas não se encontrarem, mesmo sem marcações.

Após a saída do Porto, a minha primeira paragem não foi o hotel. Parei antes no Buddha Dive, recomendada por um grande amigo viajante e pedí para falar com o Bruno, instrutor de mergulho. http://giliislandsdiving.com/category/lombok-dive-centers/buddha-dive .Devo confessar que é muito estranho encontrar alguém a falar português algures na Indonésia e mesmo o português do Brasil é extremamente confortável quando se procura uma experiência que nos coloca nos limites. Bruno e Tiago, foram os meus instrutores de mergulho para a minha primeira experiência de Scuba Diving J Bruno disse que tinha meia hora para iniciar o curso, pois tinha uma casal de franceses que ía iniciar á tarde e isso só me deu tempo de apanhar uma carroça para o hotel, fazer o check-in, tomar um duche rápido e pegar uma baguete de salmão para comer no caminho para a piscina. Tanto stress depois de Bali!! Ufa!! ;) Mas devo dizer que valeu a pena. Mergulhar no mar, com botija de ar, foi uma experiência inédita para mim, num mar onde vivem tartarugas, mantas, tubarões e outros peixes, bem como corais, estrelas do mar, etc. Era um desafio que gostava de ver ultrapassado e foi o segundo passo (depois do baptismo de mergulho na piscina em Portugal com Sucena, do Clube Naval de Leça). Em Trawangan, não se “perde” muito tempo na piscina e o curso é logo ministrado em alto mar. Assim foi a minha experiência com o Bruno e o Tiago, ao fim de uns minutos na piscina, a entrada no barco, a colocação do material e o mergulho de costas no mar J Obrigado ao Bruno e ao Tiago pela paciência, simpatia e boa disposição – adorei! A repetir e para evoluir, sem dúvida.

Meu hotel em frente à praia - Bale Sampan

A piscina que não cheguei a experimentar

O caminho para os bungalows

My bungalow :)

A casa de banho balinesa

Típica pela abertura para o exterior

Breakfast

E a companhia do pequeno-almoço que me ajudava a comer o crepe de banana

Praia fantástica e Gili Meno no horizonte

Gili Trawangan!!!

Paradise

O único lugar (mais) fresco na praia

Uma massagem balinesa na sombra da praia...

Gili e o Vulcão Rinjani de Lombok no horizonte

Os meus amiguinhos de Bale Sampan

Pessoas locais a partilharem o final de dia na praia

"Picture time" como eles gostam :)

Criatividade :)

Um atum grelhado no primeiro jantar no mercado

Mercado de Gili Trawangan, local de eleição para jantar ou petiscar

E estes camarões e lulas grelhados na brasa?

Love the Blue!

Horizontal Bar - Like!

Um bar em que sentar é na horizontal :)

A ver quem passa na rua

A celebrar a despedida dos meus 31 anos :)

Bolinhas de sabão para os convidados

"What´s your favourite position...? ... Horizontal!" :)))

Com os meus amigos ingleses!

O charme reina nesta ilha

Beleza em todos os cantinhos

Uma das inúmeras ilhas islâmicas da indonésia

A contemplar a paisagem na minha ilha favorita, até ao momento...E no início do dia do meu 32ºAniversário!

Partilho agora, um pequeno apontamento que escreví num papel, no meu dia de aniversário, enquanto assistia ao espectáculo do pôr-do-sol, sentada numa espreguiçadeira a olhar o mar indonésio:

Gili Trawangan - Indonésia , 29 de junho de 2012

“Quantas vezes no nosso dia-a-dia paramos para ver o pôr-do-sol? É curioso que em todas as viagens que faço, o momento do pôr ou do nascer do sol é um momento especial, em que as pessoas programam e fazem romaria para o apreciar, no seu lugar favorito. É uma dádiva da Natureza, é um momento de beleza gratuita e acessível a qualquer pessoa.

Em Gili Trawangan o pôr-do-sol é na costa onde os hotéis não se encontram, bem como a maioria da vida da ilha. A praia é mais bonita e convidativa no lado Este; talvez por isso toda a comunidade se tenha instalado por lá. Por outro lado o recife grandioso do lado Oeste não possibilita a aproximação dos barcos. Mas aqui o pôr do sol é apreciado com a Ilha de Bali no horizonte e o seu grande vulcão, o Agung. Já agora, este é o maior de Bali e o mais respeitado pelos indonésios, na vertente espiritual.

Estou há quatro dias nesta ilha paradisíaca, mas hoje, no meu dia de aniversário foi o dia em que vim especialmente apreciar esta beleza natural. Aliás, o dia de hoje foi muito diferente de todos os outros, pois percorrí, numa caminhada lenta e exploradora, todo o perímetro da Ilha Gili Trawangan. Conhecí pessoas locais, tirei imensas fotografias, parei num Hotel com uma esplanada magnífica, simplesmente para usufruir daquele lindo espaço e fazer uma pausa com um batido de morango, um dos meus favoritos…

O dia começou bem, acompanhada no pequeno-almoço, por um grupo de sul-africanos e uma inglesa muito querida, todos na casa dos 40 anos de idade. Tenho já casa na Cidade do Cabo e em Londres J

Mas o dia também terminou bem; procurei os meus queridos brasileiros, Bruno e Tiago do Buddha Dive e lá recebí o verdadeiro abraço forte, genuíno e sentido como só um latino sabe dar. Obrigado Tiago. Todas as formas de amor são bem recebidas, quer pelo sorriso, pelo abraço, pelo toque ou pelo beijo. Como latina, emocional, beijoqueira e “dadora de abraços”, de uma forma que todos os meus amigos sabem que gosto de naturalmente os dar, o toque e o calor do abraço é sempre o que mais me faz sentir falta quando viajo sozinha pela Ásia. Há culturas, as quais respeito obviamente, que não consideram o contacto físico como algo tão natural como para nós.

Aqui, então, escrevo numa esplanada na praia, a ouvir Bob Marley, a comer um “gado-gado”, com um batido de banana e à espera religiosamente pela energia do pôr do sol indonésio. Curiosamente, gado-gado é um prato vegetariano, não se deixem enganar pelo nome J É composto por arroz, ovo, vegetais, pasteis de tofu e um molho feito à base de amendoim, adocicado e picante.

Conheço aqui um casal simpático, com quem partilho “momentos fotográficos”. Quando a pergunta é feita por Bina: “onde estão os teus amigos?”, digo que estou sozinha, “rapariga forte” é a resposta. Pois sou! Forte ou maluca, penso eu. As duas coisas…que bela mistura! Um pouco de bravura e um pouco de loucura – é assim que eu imagino também os nossos Descobridores do Século XV!