Há muito que Budapeste tinha suscitado a minha curiosidade mas quando soube que uma amiga minha, Kristina da Eslovaquia, ia celebrar a passagem de ano na capital da Hungria com os amigos, pareceu-me a oportunidade ideal para embarcar e conhecer este destino. E Budapeste superou as minhas expectativas. É das cidades Europeias mais belas e interessantes que tive o privilégio de conhecer.
Cheguei a Budapeste no dia 30 de Dezembro, no dia anterior á grande festa da Passagem de Ano. Nunca tinha estado num país tão a Leste na Europa e por isso a sensação á chegada foi pioneira para mim.
Há 2 voos por semana, diretos do Porto, com a companhia Wizz Air (Terças-feiras e Sábados) e os preços são simpáticos se os bilhetes forem comprados com antecedência.
A cidade de Budapeste tem, não só uma arquitectura brutal, como monumentos históricos, atividades únicas como banhos de água termal e um ambiente multicultural pois nela habitam pessoas de vários países. A atmosfera nocturna é muito intensa e encontram-se bares subterrâneos, que parecem abrigos do tempo da guerra, mas cheios de alma e vida.
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Traseiras do Parlamento |
O edificio do Parlamento é talvez o mais emblemático símbolo de Budapeste e a imagem que todos provavelmente conhecem da cidade. O Rio Danúbio, um dos maiores e mais famosos da Europa, corta a cidade de Norte a Sul, dividindo-a no lado Buda e no lado Peste. Na antiga Buda encontra-se o belo Bastião dos Pescadores, que parece uma imagem retirada dos contos da Disney e é sem dúvida um dos locais a visitar, não só pelo monumento em si, mas também pela vista, que é a melhor possível sobre toda a cidade, principalmente a vista sobre Peste.
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A minha amicíssima Kristina, beleza de Leste |
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O Parlamento |
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Ponte Margit |
É muito fácil caminhar por Budapeste, mas para além disso, também existe uma rede de autocarros muito funcional e um Metro muito característico, o Millenium, que é o segundo mais antigo do mundo, após o de Londres. Devo confessar que fiquei encantada com algumas estações de metro que parecem autênticos Museus em movimento, com portas de madeira muito bonitas e antigas e colunas metálicas arqueadas com um estilo muito bonito. O bilhete pode ser adquirido na bilheteira, em maquinas exteriores ou na entrada das escadas para o Metro a funcionários que poderão estar a vender bilhetes (pelo que percebi, cada estação tem modo de venda diferente). Os bilhetes do autocarro pode ser comprado directamente ao motorista.
No segundo dia então, e já na preparação para o final do Ano 2016, eu e Kristina fomos fazer uma caminhada exploradora pela cidade, na direção do Danúbio, pois eu queria muito ver o Parlamento. Na procura do rio encontramos um grupo de Italianos que também seguiam o mesmo destino e acabamos por nos juntar e ter uma das tardes mais divertidas da minha vida. Estavam temperaturas negativas, eu não me conseguia mexer praticamente dentro da minha roupa, tamanho era o numero de camadas de casacos e camisolas, mas o sorriso não congelou e nada nos impediu de caminhar na cidade, parar ocasionalmente para nos aquecermos com uma bebida quente e seguir para os preparativos da Grande noite.
A passagem de Ano foi celebrada no Club Morrison´s 2, onde tinhamos reservada uma mesa com uma garrafa, adivinhe-se, de Vodka (não Champanhe como eu esperava). Mas afinal estavamos no Leste da Europa, onde Vodka é rainha.
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Grupinho maravilhoso para acabar em perfeição o ano 2016 |
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O sentido de humor dos rapazes italianos é muito semelhante ao dos nossos portugueses e de repente ja parecíamos amigos de longa data |
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O grupo de amigos prontos para o ano 2017: 4 eslováquios, 1 mexicano, 1 espanhol, 1 búlgaro e 1 portuguesa |
Depois de uma longa e grande noite de celebração e de dormir quase o dia todo, duas decisões pareceram as mais acertadas para iniciar o ano novo da melhor maneira, uma refeição decente num sitio maravilhoso e um banho de águas termais num dos mais famosos SPAs de Budapeste.
A maior dificuldade para mim em Budapeste foi encontrar comida que não seja carne, pois a gastronomia por aqueles lados é muito centrada na carne e por isso foi um pouco desmotivante, no entanto, La Bodeguita del Medio, um dos restaurantes mais famosos da cidade, tem um ambiente cubano maravilho e uma ementa, claro, cubana, mas com opções vegetariana para mim.
Depois da refeição maravilhosa, voltamos ao frio esmagador das ruas em direção ao SPA de Água termal Széchenyi. Budapeste tem o
maior sistema de agua termal do mundo. Széchenyi Spa foi construido em 1913 e tem 18 piscinas de água termal (interiores e exteriores), saunas, terapias de massagem...
http://szechenyispabaths.com/
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La Bodeguita del Medio, restaurante e bar cubano |
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Estação-Museu |
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Metro Millenium |
O Spa estava aberto até ás 21h00 e ja era noite quando chegamos ás 18h30. Escolhemos as piscinas exteriores pela singularidade da experiência, mas com -9ºC no exterior, não foi fácil ganhar coragem para deixar o quente do interior do edificio e abrir portas, em bikini e uma toalha enrolada. A opção foi respirar fundo, ganhar coragem e correr (tentando não escorregar no piso molhado) para dentro do conforto da água quente da piscina. Não tinha câmara á prova de água infelizmente pois gostaria de ter gravado o momento. Nunca pensei encontrar as piscinas cheias de gente, ainda em ressaca da festa da passagem de ano, mas com tanta euforia a brincarem na água, a fazerem rodas humanas e a usufruir do calor da agua quente, num ambiente de frio congelante. É indiscritível. Mantivemos a cabeça apenas de fora, congelada, mas o corpo sempre quente dentro de agua durante quase duas horas. Ganhar coragem para sair da piscina foi outra luta, mas os corpos vermelhos não disfarçavam o calor em que tinhamos estado expostos durante aquele tempo. Fenomenal maneira de começar o ano. Pessoas de diferentes dialectos partilhavam aquele momento e a dada altura um grupo de Hungaros na casa dos 60 anos, com grandes cordões de ouro ao pescoço, juntaram-se a nós e traziam 1 garrafa de Whiskey (de qualidade, calculo pois não sou apreciadora) e uns copos de plástico que insistiram que bebêssemos ali em modo de celebração de ano novo. Não querendo parecer indelicada bebi um pouco, até porque esperava que me ajudasse a aquecer; foi um sacrifício, confesso.
As fotografias seguintes foram já tiradas próximas do fecho e não captam a magia do local mas dá uma pequena ideia de como é.
No dia seguinte, ultimo dia com a Kristina, fomos passear ao Bastião dos Pescadores - HALASZBASTYA.
Uma grande escadaria nos esperava em direção á Muralha da cidade antiga e isso já fazia adivinhar as vistas. Subimos e aquecemos. Tudo era uma luta para nos mantermos quentes.
A vista sobre o Rio Danubio, Buda e Peste. A acesso a esta área é livre e junto existe uma Catedral belíssima bem como imensos restaurantes, cafés e lojas. Parece uma pequena cidade medieval e os edificios estão muito bem conservados conservando as suas características originais.
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Cliquem na imagem para verem a panorâmica em pormenor pois vale a pena ;) |
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Bastião dos Pescadores |
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Adoro portas de madeira |
No dia 3 de Janeiro eu fiquei sozinha e na véspera da minha partida fiz mais uma exploração pelas ruas, sem mapa ou percurso, apenas caminhei e espreitei quando me sentia curiosa. Encontrei um mercado fechado com uns restaurantes ótimos e bom ambiente. Visite mais de perto o Parlamento, a Basilica de S.Estevão, a bela Ponte Pênsil Széchenyi Lánchíd e o caminho ao longo do Rio Danúbio onde me deparei com o interessante Memorial "Sapatos ás Margens do Danúbio", que é uma homenagem ás vítimas judias da II Grande Guerra. Os judeus foram ali ordenados a retirarem os seus sapatos e foram executados nas margens do rio, de modo a que a corrente levasse os seus corpos e os sapatos foram deixados para trás. É uma obra esculpida e imaginada por Gyula Pauer.
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Entrada do Mercado |
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Interior do Mercado |
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Interior de um restaurante típico |
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Memorial "Sapatos ás Margens do Danúbio" |
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Ponte Pênsil Széchenyi Lánchíd |
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Um poderoso aliado naquele gélido país, Chá de gengibre, mel e limão |
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Basílica de S.Estevão |
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A particularidade do clima a que me sujeitei, nada habitual para mim |
Para terminar ha dois bares que aconselho a visita, que são o Lámpás e o Csendes Letterem. Se os visitarem vão entender a minha sugestão.
Budapeste é uma cidade bela, muito bem conservada, com uma alma muito própria e interessante. É uma cidade que sobreviveu á guerra e que agora se ergue esplendorosa. Para repetir.
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Obrigada Kristina pelos nossos dias juntas |
FELIZ ANO 2017!!!
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