Ubud é, sem dúvida, o lugar mais balinês que visitei e ainda assim, o paraíso perdido. Custos de uma procura turística enorme…o trânsito é caótico, as lojas de souvenirs, massagens e agencias de turismo estão por todo o lado, bem como a quantidade de cafés e restaurantes que tudo têm de ocidental. Apenas se distingue pelo aroma do incenso e pelo sorriso na porta do balinês(a) que nos convida a entrar. Existem galerias de arte ao longo das ruas e lojas com artigos lindíssimos inspirados na cultura local. Os restaurantes são muito agradáveis, exóticos, genuínos. No mercado local fazem-se óptmias compras.
No primeiro dia simplesmente me fascinei com a minha “casinha” com piscina privada…tão linda, tão zen, com pedras em volta da piscina, com duas estátuas-fonte a deitarem água a toda a hora. Ao meu redor, imensa vegetação, um jardim cuidado, um pequeno altar onde todos os dias, vem uma senhora colocar as suas ofertas aos deuses. Tão silenciosa nos seus passos que só dou conta da sua chegada quando sinto o cheiro a incenso no meu “pequeno pedaço de paraíso”. Quando percebo que está ali, ela sorri-me e faz-me a pergunta que todos me fazem delicadamente, “How are you today?”. Impossível não sorrir com isto…
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A minha "villa com private pool" |
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Paraíso privado |
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Muito agradável |
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A minha entrada para "casa" |
No primeiro dia em UBUD foi assim, usufruí da piscina, relaxei com o barulho da água corrente e dos animais (pássaros, insectos, galinhas, cães, que se houvem ao longe…) Saí apenas para dar uma volta na cidade, fazer um pequeno reconhecimento, conhecer o interior do Palácio de Ubud e o mercado do centro, e fazer uma refeição. Encontrei um espaço muito catita e com carácter balinês, o Miah Miah e fiz a minha primeira refeição verdadeiramente local, a meio da tarde (foi almoço e jantar, porque o calor tira-me o apetite). Aqui sim, os preços já são mais asiáticos. Depois retornei ao meu retiro e lá fiquei. Era fim de dia, quase noite…avancei para o meu jacuzzi, onde ví um filme e depois…acabei mais tarde por adormecer.
O segundo dia, foi um daqueles dias deliciosos das viagens, que acontecem principalmente quando se viaja sozinha. E meus amigos portugueses, quero que tenham especial atenção a esta história! Porque vão aprender, como eu aprendi ainda mais, ou pelo menos, como eu reforcei os meu pensamentos.
Basicamente, poderia intitular este parágrafo assim: “A vida não acaba com o casamento e muito menos depois de se ter filhos”. E neste aspecto estou a falar obviamente em relação ás viagens. Também podia intitular assim: “Pessoas boas que se cruzam com pessoas boas e têm experiências únicas e imprevisíveis”, ou “Amar desconhecidos em 1 minuto e ser parte de uma família em 2…” ou “Um mundo melhor com confiança e amor pelo próximo” e nada tem a ver com religião! Passo a explicar, foi mesmo uma experiência excepcional! E como eu estava a precisar de todo este amor…!
Sou uma pessoa muito afectiva e é o que mais me custa quando viajo sozinha, a falta do contacto humano, do meu toque constante nas pessoas, dos beijos e abraços que estou sempre a oferecer. Simplesmente tenho muito amor para dar e preciso dele e penso que o facto de ser uma latina e caranguejo de signo, me tornam ainda mais assim. Ok, ok, fui filha única durante 16 anos e cresci numa família muito unida e rodeada por amor de primos, tios e avós…e os meus pais, os meus queridos pais, que não poderiam ter sido mais dedicados e fonte de amor incondicional. Mas isto para dizer que realmente é o que mais falta me faz na Ásia, pois por muito boas e simpáticas que as pessoas sejam, não faz parte da sua cultura o toque. Pelo contrário, preservam bastante o seu espaço e receiam tocar e ser tocados. É quase um pecado, o seu corpo é sagrado e respeitam o corpo dos outros também. Por isso o cumprimento é uma vénia, com uma inclinação da cabeça e o juntar das duas mãos em frente á face.
No segundo dia de manhã, pus a pequena mochila ás costas, mapa de Ubud na mão e saí para fazer um dos circuitos recomendados para observar os famosos arrozais. Mal saí do hotel fui surpreendida por uma multidão colorida, que ocupava toda a rua e que se deslocava para ul lugar onde iriam celebrar uma cerimónia religiosa. Parei deliciada a fotografar o evento e pensei: Isto sim, é Bali!
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Cortejo religioso |
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Rumo a um templo |
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Imagens de culto |
Quando continuava no meu precurso fui abordada por uma simpática família de alemães, que queriam saber para que templo o grupo se deslocava, pois gostariam de assistir ás cerimonias. Respondí que não sabia, mas que também ficara curiosa. Andrea e Thomas, um casal de alemães na casa dos quarenta anos, com três filhos pequenos, de 6, 9 e 12 anos, mostraram curiosidade em me fazerem algumas perguntas, que são habituais entre mochileiros: "de onde és?", "viajas sózinha?", "para onde vais?", "há quanto tempo andas a viajar?"... No final destes minutos de conversa, Lili, a menina de 9 anos já estava abraçada ´´a minha cintura e os dois meninos de sorriso bem aberto, ao meu lado. Thomas, extrovertido e divertido, preparava-se para me perguntar se me queria juntar a eles, quando eu espontâneamente disse: "Acho que vou com vocês procurar o templo da cerimonia" e Thomas diz que ía mesmo perguntar-me isso, mas nota que, como grupo familiar, agora já não conhecem tantas pessoas como antigamente, porque as pessoas olham para eles como um grupo fechado e não interajem tanto. Lili deu um salto de alegria, pois tinha uma nova amiga e eu abrí ainda mais o meu sorriso. Acabara de trocar a "experiência arrozais" pela "experiência família alemã em Ubud"!
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Alguns dos membros da minha nova família (alemã) |
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Oração |
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Ganesha |
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Culto |
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Uma criança de traje balinês |
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Dois simpáticos balineses nos seus trajes de cerimónia |
O casal alemão contou-me que adoram viajar e que, antes de terem filhos, viajavam como eu, de mochilão e sem grandes planos. Já viajaram por vários países do mundo. Quando o filho mais velho nasceu decidiram parar as férias deste género e restringiram-se à Europa até ao filho fazer 4 anos de idade. Aqui, quiseram experimentar novamente viajar de mochilão, desta vez, com uma criança e segundo eles, correu bem e desde então é só o tipo de férias que voltaram a fazer. Mostro-lhes com sinceridade que os admiro imenso e que adorava que os meus amigos casados ouvissem os testemunhos deles. Thomas diz "Porquê, depois de casar a vida acaba?". Não Thomas, a questão é conjugar as crianças com este tipo de viagem... Para isto o casal diz que é tudo uma questão de adaptação e ajuste. Têm de se adpatar ao ritmo das crianças e têm de ter a viagem um pouco mais organizada do que o habitual. Por exemplo, as crianças não podendo fazer grandes caminhadas, têm de entrar num taxi quando precisarem; por outro lado, por vezes têm de regressar ao hotel depois do almoço para as crianças dormirem a sesta e continuarem depois..e por aí fora. Mas o que esta família quer mesmo, é que os filhos vejam que o Mundo é muito mais do que aquilo que eles vêem para além dos muros de casa e que não é igual ao país deles. "O que eu quero Diana". diz Thomas, "é que os meus filhos conheçam pessoas como tu, boas, em quem eles podem confiar e que, após uns minutos breves de os conhecerem já os estão a encher de amor e beijos". E eu Thomas, viajo também para estar com pessoas como vocês e absorver todos estes sentimentos que só o meu sorriso consegue transparecer. olho para aquelas crianças e vejo três meninos de um país rico e desenvolvido, num país de terceiro mundo, tranquilas e serenas, sorridentes e simpáticas, com um nível de inglês fora do normal e com uma atitude tão natural que parecia que estavam em casa. "O desafio", diz o pai, "é saber se eles quando tiverem idade para viajarem sózinhos, se vão queres viajar daquela forma ou se já estarão fartos". Só o tempo o dirá!
Depois de termos assistido á cerimónia no templo, procuramos o caminho para a Floresta dos Macacos, que fica numa das extremidades de Ubud. A entrada na Floresta é paga e recebemos uns breves conselhos para não tocarmos nos macacos e para os respeitarmos...afinal aquela é a casa deles, e como guardiões do templo que existe dentro da Floresta, são considerados animais sagrados. Ainda não entramos e já temos animada companhia á nossa volta. Uns olham estáticos, outros abordam-nos atrevidamente. É quase impossível não tentar tocar neles e uns momentos após sento-me no muro para procurar umas compotas que trouxera do meu quarto para lhes dar. Aproximam-se logo, curiosos. Um espreita a minha mochila e mete as mãos nas bolsas, junto com as minhas, a fazer busca. Não sabe o que procuro, mas tenta desenrascar-se com algo. Escondo a minha máquina fotográfica e encontro a compota que logo ma tira das mãos e eu penso "tontinho, agora vais ficar a olhar para ela porque não me deste tempo de a abrir para ti". Não termino este pensamento e já ele tinha tirado a protecção e jubilava com o doce :) São tão inteligentes! Depois saltou para o meu colo para brincar com o meu colar. Até que se fartou e mordeu-me a coxa! Sorte que tenho a vacina contra a Raiva e que não trincou com muita força. Quebrei as regras, levei com o meu castigo, mas foi tão suave, que os amo na mesma e sem limite! São uns parentes muito engraçados :)
Depois desta visita, deixo a minha querida família alemã á porta do hotel deles. O filho mais pequeno quer dormir e aproveitam para descansar na hora mais quente. Tento despedir-me de Lili, mas a pequena lirinha abraça a minha cintura e diz que vai comigo. Rio-me e pergunto na brincadeira "vens comigo para a minha psicina particular"? Ela olha para os pais, eu sorrio e eles dizem ao mesmo tempo "Sim"! Leva-a a contigo e vemo-nos á hora de jantar. " Incrédula com este voto de confiança digo que "hoje é Domingo e quero ver o espectáculo semanal das danças tradicionais balinesas no Palácio de Ubud", ao que eles respondem "toma lá este dinheiro e a Lili vai ver o espectáculo contigo. Encontramo-nos no fim da sessão"! A menina agarra a minha mão e vou a caminhar por Ubud, com uma criança na mão, que conheci há umas horas, que fala comigo como se me conhecesse desde sempre e eu penso...que pessoas tão maravilhosas e especiais que sentiram confiança na minha pessoa...é inédito para mim! Sinto por umas horas a experiência da maternidade e olho para aquela menina e lembro-me da minha mãe. Ela teve-me com 20 anos, eu andei assim de mão dada com ela. Lili tem 9 anos, eu tinha 31. Quando a minha mãe tinha a minha idade eu já tinha mais 2 anos do que a pequena alemã. Sentí com a Lili, o que a minha mãe deve ter sentido quando me passeava pela mão, as conversas, a cumplicidade, a companhia... Paramos pelo caminho para almoçar no Miah Miah, um restaurante muito catita que já conhecera no dia anterior. Uma holandesa sentara-se sozinha, depois de pousar o seu mochilão. Olhe para ela e perguntei "não te queres juntar a nós"? E assim, mais uma amiga re reunia conosco. A querida holandesa viajava sozinha por Bali há um mês e no dia seguinte foi a minha companheira de passeio pelos arrozais de Ubud! :)
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No Miah Miah restaurante |
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Comida de Bali |
Após uma hora de brincadeira na piscina privada, que muito gosto tive em partilhar (bem como o meu bikini), fui com a Lili assistir ao belo espectáculo de Danças de Bali no Palário Real. Um show único e digno de ser visto - entrada 15 US dólares todos os Domingos ás 19h00.
Antes do espectáculo começar, Thomas foi certificar-se de quer a sua filha estava bem, comigo. Mais tarde abordei-o sobre este assunto e confessou que a resposta de ambos foi tão espontâne e natural, que não sentiram receio em confiar-me a filha, mas mais tarde ficaram a pensar se teriam feito bem. Por acaso fizeram bem :) almas boa confiam em almas boas e a verdade é que aquele gesto marcou-me a mim e a Lili para o resrto da vida! Jantamos alegremente num Restaurante Cubano, dançamos, tiramos fotografias e quando os deixei no Hotel, já todos me queriam na Excursão que tinham agendadso para o dia seguinte, de vsista a um vulcão. Mas será o meu último dia em Bali e já marquei o percurso dos arrozais com a nova amiga holandesa. Combinamos outro jantar para o serão do dia seguinte. Já sou chamada de nanny na brincadeira e rimos todos. Sou abraçada por todas as crianças antes de sair do quarto e Thomas, como pai preocupado leva-me á porta do meu hotel. Apagaram completamete a imagem que tinha generalizada da frieza alemã. Acredito que também o calor latino os tenha "desarmado" mais, assim como o facto de serem viajantes de mente e coração abertos. São mesmo boas pessoas! Adorei ter cruzado o meu caminho com eles! A minha passagem por Ubud não teria tido o mesmo valor se não os tivesse conhecido!
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Dança Balinesa no Palácio Real |
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Entrada do Palácio Real |
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No interior do recinto real |
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Estátuas balinesas |
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Cuidadosamente vestidas |
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Ponto de música |
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linda arquitectura balinesa |
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Uma estátua sagrada |
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Visita ao palácio |
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Uns bonitos elefantes estátua |
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Cortejo religioso |
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A caminho do culto |
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:) |
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Um templo público |
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O inicio de uma bela caminhada por Ubud |
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Travessia de um rio |
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Junção de dois rios, local de culto |
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Ser hindu |
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Oferendas religiosas |
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Em direcção aos arrozais |
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O verde é a presença forte |
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Um simpático camponês, que transporta a vergetação que cobrirá os telhados |
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Belo |
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Uma casinha naquela colina seria um sonho |
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In Ubud! |
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O início dos arrozais |
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Socalcos de arroz |
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Uma paragem refrescante com uma bela vista |
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Sem dúvida, um restaurante/café recomendável |
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Oração em curso |
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Um lindo altar religioso |
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Magnifica beleza |
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Grande caminhada |
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E no final da caminhada, um banho refrescante com a minha nova amiga holandesa |
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Balinesa |
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Balinês |
Bem fixe Diana !
ResponderEliminarBem fixe Diana !
ResponderEliminarOlá Diana. Olha que profilaxia fizeste para esta viagem? Vou agora em Maio :)
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