sábado, 23 de janeiro de 2016

Barbados

Barbados, a ilha do amor, da simpatia e da paz.

Barbadenses simpáticos
A Barbados chegamos um pouco antes do Natal e ficamos aproximadamente um mês, ancorados no Port de St Charles a norte da bela ilha.
Barbados é a ilha mais oriental do Caribe e surpreendentemente fica no Oceano Atlantico e não no Mar do Caribe como a maior parte das pessoas pensa. Tem 34 Km de comprimento e 28 Km de largura, é relativamente plana e tem algumas colinas.
Foi uma ilha descoberta e ocupada pelos espanhóis no Sec.XV mas os ingleses cerca de um século após tomaram posse da ilha e tornaram-na numa colônia britânica ate 1966, ano em que Barbados se tornou um estado independente mas com a Rainha Isabel II como Chefe de Estado. Pela sua história a ilha é um resort bastante popular para os ingleses e até um destino permanente eleito para as suas reformas. 
É uma ilha segura, com relativamente boas infra-estruturas e com um espirito muito relaxado e hospitaleiro. 
90% da população são negros, seguindo-lhes os asiáticos e os mestiços (6%) e os brancos (4%). A lingua oficial é o inglês por isso não ha problemas de comunicação :)


          
                                                                Crane Beach Resort

Praias desertas
O Port de Saint Charles fica no Norte, mas num dos meus dias de folga apanhei um autocarro até á capital, Bridgetown e de lá paguei a um motorista para me mostrar as ilhas do Sul, que para mim foram os lugares mais belos da ilha que visitei, assim como o lado menos turístico, o lado Este.
Bridgetown é uma cidade bastante confusa, com muito movimento de carros, pessoas e barcos. No Porto ancoram os grandes barcos cruzeiros e claro, o movimento humano é imenso. Existem bastantes lojas tax free e serviços como hospital, aeroporto, etc. Pela influencia inglesa, o cricket é bastante popular, assim como as corridas de cavalos e o golfe.

Crane Beach
A Crane Beach e a Bottom Bay foram sem duvida as praias mais bonitas que eu visitei nos Barbados. Apesar da ondulação Atlantica, o azul dos barbados é fenomenal e inesquecível, oferecendo a vista mais soberba aos nossos olhos daquela ilha.
A Crane Beach é famosa pelo luxuoso Crane Beach Resort e a Bottom Bay é uma praia isolada e sem qualquer infraestrutura por perto mas é um sitio lindíssimo. Ambas são acessíveis por carro, mas é fundamental ter um GPS ou um motorista local experiente pois a sinalização não é de todo adequada. 
O motorista privado levou-nos a almoçar ao lado este da ilha, ao Atlantic Hotel, que oferece um buffet razoável com comida típica local. As vistas são soberbas sobre o Oceano Atlantico, neste lado, bem mais revolto e o lugar ideal para a pratica de surf.

Bottom Bay
Almoço Buffet no Atlantic Hotel

Port St Charles

Port St Charles

Ancorado no Port St Charles

Relativamente perto do Port St Charles onde nos encontravamos, havia a segunda cidade mais popular da ilha, Holetown, que era a minha cidade favorita em Barbados. Muito charmosa, com bares e restaurantes interessantes e lojas de marcas e estilistas conceituados, assim como lojas de souvenirs típicos, Holetown tinha uma praia muito bonita e foi o lugar onde eu e parte da tripulação passamos o Reveillon na rua, no meio da população local a dançar e a brindar ao novo ano, 2015! Foi também a cidade onde fui ver com os meus colegas e capitão, o Hobbit ao cinema e isso deu-me um momento de sentimento de "civilização" e "normalidade" naquela parte do mundo onde estaria por meses, tão diferente da minha Europa. Não há nada como o equilíbrio entre dois mundos :)

Shopping em Holetown

Lojas em Holetown

Holetown Beach


As cores das casas dos barbadianos

Bridgetown

Bridgetown


Parlamento em Bridgetown

Andar de autocarro nos Barbados, é uma experiência interessante. Quer de autocarros, quer nas carrinhas de transporte que eles têm. São condutores velozes e têm musica ambiente bastante alta. Mesmo alta! Imaginem ser conduzidos num carro colectivo, como se estivessem numa corrida e com a "musica aos berros". É assim por lá. :)
No entanto é uma forma bastante barata de viajar, 1dolar para qualquer parte da ilha, e tem uma rede bem farta e com bastantes horários.
A estrada principal anda á volta da ilha, principalmete na zona mais populada, o lado Weste da illha (lado das Caraíbas) e por isso a viagem é bastante agradável. Muito interessante também é ver e fotografar as imensas casas típicas dos barbadianos, de madeira de todas as cores.
Uma das vezes que eu estava á janela de um dos autocarros, um homem barbadiano aproximou-se e ofereceu-me a sua comida, galinha. Eu agradeci e disse que não comia carne. Ele sorriu e perguntou se estava de ferias. Expliquei que estava a trabalhar num barco mas que ia tendo algum tempo livre para conhecer a ilha e ele responde: "Es muito bem vinda a esta ilha. Espero que passes um tempo feliz aqui" e foi-se embora. Este foi o espirito que eu senti nos Barbados, de toda a gente. Pessoas boas e hospitaleiras.
O senão nesta ilha são os preços para os turistas. Restaurantes e hotéis são mesmo muito caros! Assim, como lojas de roupa... Já agora, a moeda é o dólar barbadense.



Estação de autocarros de Speighstown


Manobras de marinheiro para sair do porto

Um desafio para o nosso capitão, manobrar um Yate de 50m num espaço tão pequeno sem tocar nos outros barcos ou nas infra-estruturas do porto


Sandy Lane Beach and Resort

Me and the boys

A passar o Natal nos Barbados, longe da família, a tripulação do Yate arranjou uma solução para acalmar os nossos corações e decidimos, cada um de nós, preparar um prato típico do nosso país e servir na nossa ceia de Natal. A ceia foi na parte da frente do navio e juntamos pratos de Portugal (o meu bacalhau com natas), da Polonia, da Australia, Irlanda, Espanha, India, Tailandia, Grécia, etc... Compramos prenda para o amigo secreto e o nosso capitão surpreendeu-nos com a fantasia de Pai Natal e assim tivemos um Natal diferente mas muito caloroso e divertido. A família é insubstituível, mas foi de verdade, um Natal bem passado.

Petiscos de cada naçao. Invasão da cozinha no barco.
Preparada para o Natal 2014
O Capitao Pai Natal
A minha prenda perfeita

A tripulação a celebrar o Natal nesta família temporária
Camaradagem
Um Natal sem duvida diferente a bordo de um barco
Crew on duty no dia 25 de Dezembro
Passagem de Ano popular nas ruas dos Barbados
Um Feliz 2015!!!
A bordo dos autocarros loucos dos Barbados
A cozinha de um yate
"Aprendi que eu posso caminhar sozinha e isso não quer dizer que seja uma pessoa solitária"



Um novo amigo da Jamaica

As casas coloridas


Igreja protestante, a religião dominate dos Barbados
"Quit your job, buy a ticket, get a tan, fall in love, never return"

sábado, 9 de janeiro de 2016

Mustique, uma ilha privada

Com cerca de 2 meses passados na Ilha de Mustique, não faltam historias e imagens para partilhar.

A Ilha de Mustique é uma ilha privada que se situa no país de Sao Vicente & as Grenadines. Tem cerca de 6 metros quadrados e é gerida pela Mustique Company.

Basil´s Bar
Não é uma ilha muito conhecida pois o acesso não só é difícil como é extremamente dispendioso. Quem lê imprensa cor-de-rosa já ouviu falar nesta ilha por causa dos famosos. Como eu não leio esse tipo de revistas, não tinha conhecimento que isto existia.
A Mustique Company gere cerca de 75 vivendas privadas, sendo que algumas são alugadas a quem quiser gozar de umas luxuosas ferias na Ilha. Os preços não são convidativos para os comuns mortais, mas faz parte da lista de proprietários o Mick Jagger, Brian Adams...e são hospedes assíduos o Principe William e a sua esposa Kate, que por acaso estavam lá de ferias enquanto o Yate, onde eu trabalhava, se encontrava ancorado. Outra celebridade que la se encontrava era a modelo Kate Moss, com quem tive o prazer de partilhar o mesmo restaurante ao almoço e a praia do The Cotton House no meu dia de folga.
Podem visitar o site da Mustique Company para terem uma ideia do luxo da ilha: http://www.mustique-island.com

Bem-vindos a Mustique

Basil em celebração
A Ilha não possui muitas infra-estruturas publicas pois é uma ilha muito exclusiva, mas apesar de tudo, habitam na ilha pessoas originarias da Ilha de S.Vicente que trabalham nas vivendas e outros serviços e por isso existe uma pequena comunidade local. Existe na pequena ilha, um supermercado, 2 lojas de lembranças e roupa, uma pastelaria, um vendedor de fruta, um mercadinho de peixe, um posto da policia, uma igreja, um posto de correios, uma escolinha primaria, um posto medico e uma biblioteca. O mais famoso Bar da Ilha é o Basil´s mas existe também o Bar de praia do Hotel Cotton House, que sendo o principal hotel da lha, é também um lugar onde se organizam eventos e festas e onde os habitantes das vivendas se encontram para socializar. No The Cotton House existe um belíssimo restaurante que serve comida deliciosa e com uma vista fenomenal. O seu nome deve-se ao facto de descender de uma plantação de algodão fonte de rendimento original na bela Mustique. O outro hotel, de menor tamanho e qualidade mas com uma vista soberba, de uma colina, é o Firefly. Este também tem um restaurante e bar.
Na comunidade local (dos trabalhadores) podemos encontrar bares e discotecas, que infelizmente são tão escondidas que eu so descobri na ultima semana que estive na Ilha. 
Há um Aeroporto de avionetes e um Ferry que conecta São Vicente e Mustique 2 vezes por dia.
A ilha tem uma barreira de coral protegida e os barcos que ancoram na baia têm de pagar uma taxa de conservação diária.

Macaquices

Um cozinheiro, um marinheiro e uma enfermeira na sua folga

Refrescando do calor das Caraíbas

As duas famosas lojas de roupa e lembranças de Mustique
O famoso Basil´s Bar, propriedade do ex empregado de bar na Cotton House, Basil Charles, estabeleceu-se em 1976 e desde então tem recebido celebridades e pessoas ordinárias, todas juntas no mesmo espaço de descontracção, simpatia e boa musica em frente ao mar em Mustique. Diz-se que é comum o Mick Jagger ou o Brian Adams aparecerem e pegarem no microfone e descontraidamente oferecerem um show a quem lá está, enquanto se encontram de férias por lá. Eles têm boa comida, cocktails diversos e musica ao vivo ou Dj residente. Ao Domingo tinham sempre o Sunset Jazz event e muitos marinheiros que ancoram na Baía vêm ao Basil´s para uma bebida e socialização. Basil Charles tornou-se uma figura mediática, conhecido por todos e terá inclusive sido convidado para o casamento de William e Kate. O homem continua por lá a lançar o seu charme e simpatia com quem se cruza com ele. 

Praias lindas


Perfeição
 A ilha tem praias e colinas belissimas. É praticamente um jardim ao ar livre, pois está muito bem cuidada. Existem mesas com bancos de madeira e guarda-sóis de palhinha distribuídos pelas praias e estes podem ser usados para pic-nics. É comum haver algumas mesas reservadas para proprietários das vivendas que escolhem os dias em que vão querer reservar aquele lugar.
A privacidade é muito estimada na ilha privada de Mustique e por exemplo, quando Kate e William estiveram na ilha de férias, qualquer pessoa que acedesse á ilha era interrogada pelos seguranças da Musique Company no sentido de saber se trazíamos cameras fotográficas. Também algumas zonas da ilha foram vedadas de modo a que a família real pudesse usufruir de privacidade maxima.

Caminhando pela ilha encontramos com frequência as tartarugas de terra e apesar de não haver muito trafego (a maioria são carrinhos de golfe) ainda ajudei algumas a passar a rua.

As tartarugas terrestres da ilha
Numa das visitas ao Basil´s Bar, conheci um casal alemão muito divertido que se encontrava lá com dois hospedes seus do seu veleiro e fiquei a saber que eram um casal muito interessante. Eles venderam o seu restaurante e andavam a viajar pelo Mundo no seu pequeno veleiro. Ja tinham atravessado o Atlantico em direcção ao Canadá, EUA e desceram até ás Caraibas. Iriam em seguida, percorrer as ilhas restantes em direcção ao canal do Panamá e depois atravessariam para o Oceano Indico onde iriam navegar até ás ilhas do Tahiti e Polinesia Francesa, Australia, Nova Zelândia...
Mais de um ano passou desde que os conheci e penso que ainda andam para aí no mundo, marinheiros, lobos dos mar...
Eu entrei a bordo do seu veleiro num dia de folga e passei o dia com eles. Partilhamos uma refeição, histórias e belos momentos no mar. 

Visitando um veleiro de exploradores alemães

Preparando um almoço tipicamente alemão



Um por do sol perfeito

 O dia em que quase me envenenei acidentalmente.

No meu primeiro dia de folga, saí para fazer uma caminhada, explorar a costa da baia onde nos encontrávamos e apanhar um pouco de sol. Afinal era o meu primeiro dia de sol depois da viagem que nos tirou do Inverno inglês. 
Caminhei junto da água, contemplei as bonitas tonalidades de azul do mar e impressionei-me com a abundância de conchas gigantes apinhadas na praia. Aquelas conchas que so vira à venda em lojas exóticas em Portugal e que eram maiores do que as minhas duas mãos juntas e que quando aproximava do ouvido conseguia ouvir o mar. Pensei que, apesar das restrições da minha bagagem, teria que levar pelo menos uma comigo. Tudo a distraiu minha atenção, excepto um sinal de aviso de perigo para as arvores e frutos daquela zona da ilha. Não o ví e por isso não me apercebi que a zona que escolhi para me deitar ao sol e junto á agua, tinha uns habitantes perigosos. Vi um pequeno fruto tropical no chão e decidi experimentar. Adoro frutos tropicais e confesso que já estava um pouco saturada do único fruto que tínhamos a bordo, comuns maçãs... Por isso, pensei em provar aquele fruto verde que estava ali. Abri e pus a lingua para sentir o sabor. Confesso que não trinquei apenas porque a primeira sensação que tive na minha língua fora picadas e um ardor. Deitei fora o fruto mas tivera-o na minha boca. Ignorando o perigo do que fizera, adormece quando acordei vi uma rash na minha coxa, um vermelhidão e uma sensação estranha que não sabia descrever. Não me sentia bem e parecia que estava taquicardica, tinha o meu coração acelerado e a sensação que algo estava errado. Como tinha o rash cutâneo e uma vez que não havia hospitais por perto, decidi tomar prednisolona so por prevenção e mais tarde senti-me melhor, sem saber o que se passara comigo. Só uma semana mais tarde, quando tive outra folga e fui de novo caminhar na ilha é que me apercebi do sinal de aviso abaixo... "Arvores Mancenilheira" - VENENOSAS. Não coma as pequenas maçãs verdes. Não fique debaixo das árvores quando chove. Evite tocar nas folhas, flores e seiva. As á árvores estão marcadas com uma faixa de tinta vermelha á volta do tronco"

O sinal de aviso que não ví sobre a fruta venenosa
Existem alguns factos históricos curiosos sobre esta árvore, tais como o facto de Cristovão Colombo ter apelidado estes frutos de "Manzenilla de La Muerte" e os indígenas usarem a seiva desta arvore para envenenar as suas lanças e causar morte agoniante aos seus inimigos. 
Para além dos frutos serem venenosos, o fumo de uma destas arvores a arder provoca cegueira. Também a seiva provoca queimaduras na pele, pelo que é absolutamente desaconselhado abrigarem-se da chuva debaixo destas árvores. Este é um erro típico dos turistas que desconhecem esta árvore, pelo que quis focar aqui o que aprendi sobre esta árvore pois a ignorância pode ser fatal neste caso e eu por pouco não sofri consequencias graves. Estas arvores são muito importantes no ecossistema nomeadamente na preservação de água nos solos e existe em varias ilhas das Caraíbas e America Central. Eu encontrei-as mais tarde na Ilha de St Barth também. 

http://www.jornalciencia.com/meio-ambiente/diversos/3465-conheca-a-arvore-mais-perigosa-do-mundo-apelidada-de-qplanta-de-morteq-e-suas-impressionantes-caracteristicas.html


Um efeito de anel no Sol

Libraria de Mustique

Marquinhos de pesca coloridos

Mercado do peixe
Para finalizar não poderia deixar de falar sobre as pessoas, que são muito afáveis e simpáticas. Todos se cumprimentam e são educados. A maior parte das vezes param para dar boleia se nos virem a caminhar. No final descobri um bar local de musica latina e foi sem duvida um sitio pitoresco e autentico, uma das minhas melhores experiências na ilha de Mustique.

O supermercado da ilha

Ás compras com a Kavi, a minha querida colega de trabalho no barco

The Cotton House

The Cotton House Beach

O espaço maravilhoso da Cotton House



No legendário Basil´s Bar
Vista sobre a Baía principal de Mustique