quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
sábado, 23 de janeiro de 2016
Barbados
Barbados, a ilha do amor, da simpatia e da paz.
Barbadenses simpáticos |
A Barbados chegamos um pouco antes do Natal e ficamos aproximadamente um mês, ancorados no Port de St Charles a norte da bela ilha.
Barbados é a ilha mais oriental do Caribe e surpreendentemente fica no Oceano Atlantico e não no Mar do Caribe como a maior parte das pessoas pensa. Tem 34 Km de comprimento e 28 Km de largura, é relativamente plana e tem algumas colinas.
Foi uma ilha descoberta e ocupada pelos espanhóis no Sec.XV mas os ingleses cerca de um século após tomaram posse da ilha e tornaram-na numa colônia britânica ate 1966, ano em que Barbados se tornou um estado independente mas com a Rainha Isabel II como Chefe de Estado. Pela sua história a ilha é um resort bastante popular para os ingleses e até um destino permanente eleito para as suas reformas.
É uma ilha segura, com relativamente boas infra-estruturas e com um espirito muito relaxado e hospitaleiro.
90% da população são negros, seguindo-lhes os asiáticos e os mestiços (6%) e os brancos (4%). A lingua oficial é o inglês por isso não ha problemas de comunicação :)
Crane Beach Resort
Praias desertas |
O Port de Saint Charles fica no Norte, mas num dos meus dias de folga apanhei um autocarro até á capital, Bridgetown e de lá paguei a um motorista para me mostrar as ilhas do Sul, que para mim foram os lugares mais belos da ilha que visitei, assim como o lado menos turístico, o lado Este.
Bridgetown é uma cidade bastante confusa, com muito movimento de carros, pessoas e barcos. No Porto ancoram os grandes barcos cruzeiros e claro, o movimento humano é imenso. Existem bastantes lojas tax free e serviços como hospital, aeroporto, etc. Pela influencia inglesa, o cricket é bastante popular, assim como as corridas de cavalos e o golfe.
Crane Beach |
A Crane Beach e a Bottom Bay foram sem duvida as praias mais bonitas que eu visitei nos Barbados. Apesar da ondulação Atlantica, o azul dos barbados é fenomenal e inesquecível, oferecendo a vista mais soberba aos nossos olhos daquela ilha.
A Crane Beach é famosa pelo luxuoso Crane Beach Resort e a Bottom Bay é uma praia isolada e sem qualquer infraestrutura por perto mas é um sitio lindíssimo. Ambas são acessíveis por carro, mas é fundamental ter um GPS ou um motorista local experiente pois a sinalização não é de todo adequada.
O motorista privado levou-nos a almoçar ao lado este da ilha, ao Atlantic Hotel, que oferece um buffet razoável com comida típica local. As vistas são soberbas sobre o Oceano Atlantico, neste lado, bem mais revolto e o lugar ideal para a pratica de surf.Bottom Bay |
Almoço Buffet no Atlantic Hotel |
Port St Charles
Port St Charles
Ancorado no Port St Charles
Relativamente perto do Port St Charles onde nos encontravamos, havia a segunda cidade mais popular da ilha, Holetown, que era a minha cidade favorita em Barbados. Muito charmosa, com bares e restaurantes interessantes e lojas de marcas e estilistas conceituados, assim como lojas de souvenirs típicos, Holetown tinha uma praia muito bonita e foi o lugar onde eu e parte da tripulação passamos o Reveillon na rua, no meio da população local a dançar e a brindar ao novo ano, 2015! Foi também a cidade onde fui ver com os meus colegas e capitão, o Hobbit ao cinema e isso deu-me um momento de sentimento de "civilização" e "normalidade" naquela parte do mundo onde estaria por meses, tão diferente da minha Europa. Não há nada como o equilíbrio entre dois mundos :)
Shopping em Holetown
Lojas em Holetown |
Holetown Beach |
As cores das casas dos barbadianos |
Bridgetown |
Bridgetown |
Parlamento em Bridgetown |
Andar de autocarro nos Barbados, é uma experiência interessante. Quer de autocarros, quer nas carrinhas de transporte que eles têm. São condutores velozes e têm musica ambiente bastante alta. Mesmo alta! Imaginem ser conduzidos num carro colectivo, como se estivessem numa corrida e com a "musica aos berros". É assim por lá. :)
No entanto é uma forma bastante barata de viajar, 1dolar para qualquer parte da ilha, e tem uma rede bem farta e com bastantes horários.
A estrada principal anda á volta da ilha, principalmete na zona mais populada, o lado Weste da illha (lado das Caraíbas) e por isso a viagem é bastante agradável. Muito interessante também é ver e fotografar as imensas casas típicas dos barbadianos, de madeira de todas as cores.
Uma das vezes que eu estava á janela de um dos autocarros, um homem barbadiano aproximou-se e ofereceu-me a sua comida, galinha. Eu agradeci e disse que não comia carne. Ele sorriu e perguntou se estava de ferias. Expliquei que estava a trabalhar num barco mas que ia tendo algum tempo livre para conhecer a ilha e ele responde: "Es muito bem vinda a esta ilha. Espero que passes um tempo feliz aqui" e foi-se embora. Este foi o espirito que eu senti nos Barbados, de toda a gente. Pessoas boas e hospitaleiras.
O senão nesta ilha são os preços para os turistas. Restaurantes e hotéis são mesmo muito caros! Assim, como lojas de roupa... Já agora, a moeda é o dólar barbadense.
Estação de autocarros de Speighstown |
Manobras de marinheiro para sair do porto |
Um desafio para o nosso capitão, manobrar um Yate de 50m num espaço tão pequeno sem tocar nos outros barcos ou nas infra-estruturas do porto |
Sandy Lane Beach and Resort
Me and the boys
A passar o Natal nos Barbados, longe da família, a tripulação do Yate arranjou uma solução para acalmar os nossos corações e decidimos, cada um de nós, preparar um prato típico do nosso país e servir na nossa ceia de Natal. A ceia foi na parte da frente do navio e juntamos pratos de Portugal (o meu bacalhau com natas), da Polonia, da Australia, Irlanda, Espanha, India, Tailandia, Grécia, etc... Compramos prenda para o amigo secreto e o nosso capitão surpreendeu-nos com a fantasia de Pai Natal e assim tivemos um Natal diferente mas muito caloroso e divertido. A família é insubstituível, mas foi de verdade, um Natal bem passado.
Petiscos de cada naçao. Invasão da cozinha no barco. |
Preparada para o Natal 2014 |
O Capitao Pai Natal |
A minha prenda perfeita
A tripulação a celebrar o Natal nesta família temporária |
Camaradagem |
Um Natal sem duvida diferente a bordo de um barco |
Crew on duty no dia 25 de Dezembro |
Passagem de Ano popular nas ruas dos Barbados |
Um Feliz 2015!!! |
A bordo dos autocarros loucos dos Barbados |
A cozinha de um yate |
"Aprendi que eu posso caminhar sozinha e isso não quer dizer que seja uma pessoa solitária" |
Um novo amigo da Jamaica |
As casas coloridas |
Igreja protestante, a religião dominate dos Barbados |
"Quit your job, buy a ticket, get a tan, fall in love, never return" |
sábado, 9 de janeiro de 2016
Mustique, uma ilha privada
Com cerca de 2 meses passados na Ilha de Mustique, não faltam historias e imagens para partilhar.
A Ilha de Mustique é uma ilha privada que se situa no país de Sao Vicente & as Grenadines. Tem cerca de 6 metros quadrados e é gerida pela Mustique Company.
Basil´s Bar |
Não é uma ilha muito conhecida pois o acesso não só é difícil como é extremamente dispendioso. Quem lê imprensa cor-de-rosa já ouviu falar nesta ilha por causa dos famosos. Como eu não leio esse tipo de revistas, não tinha conhecimento que isto existia.
A Mustique Company gere cerca de 75 vivendas privadas, sendo que algumas são alugadas a quem quiser gozar de umas luxuosas ferias na Ilha. Os preços não são convidativos para os comuns mortais, mas faz parte da lista de proprietários o Mick Jagger, Brian Adams...e são hospedes assíduos o Principe William e a sua esposa Kate, que por acaso estavam lá de ferias enquanto o Yate, onde eu trabalhava, se encontrava ancorado. Outra celebridade que la se encontrava era a modelo Kate Moss, com quem tive o prazer de partilhar o mesmo restaurante ao almoço e a praia do The Cotton House no meu dia de folga.
Podem visitar o site da Mustique Company para terem uma ideia do luxo da ilha: http://www.mustique-island.com
Bem-vindos a Mustique |
Basil em celebração |
A Ilha não possui muitas infra-estruturas publicas pois é uma ilha muito exclusiva, mas apesar de tudo, habitam na ilha pessoas originarias da Ilha de S.Vicente que trabalham nas vivendas e outros serviços e por isso existe uma pequena comunidade local. Existe na pequena ilha, um supermercado, 2 lojas de lembranças e roupa, uma pastelaria, um vendedor de fruta, um mercadinho de peixe, um posto da policia, uma igreja, um posto de correios, uma escolinha primaria, um posto medico e uma biblioteca. O mais famoso Bar da Ilha é o Basil´s mas existe também o Bar de praia do Hotel Cotton House, que sendo o principal hotel da lha, é também um lugar onde se organizam eventos e festas e onde os habitantes das vivendas se encontram para socializar. No The Cotton House existe um belíssimo restaurante que serve comida deliciosa e com uma vista fenomenal. O seu nome deve-se ao facto de descender de uma plantação de algodão fonte de rendimento original na bela Mustique. O outro hotel, de menor tamanho e qualidade mas com uma vista soberba, de uma colina, é o Firefly. Este também tem um restaurante e bar.
Na comunidade local (dos trabalhadores) podemos encontrar bares e discotecas, que infelizmente são tão escondidas que eu so descobri na ultima semana que estive na Ilha.
Há um Aeroporto de avionetes e um Ferry que conecta São Vicente e Mustique 2 vezes por dia.
A ilha tem uma barreira de coral protegida e os barcos que ancoram na baia têm de pagar uma taxa de conservação diária.
Macaquices |
Um cozinheiro, um marinheiro e uma enfermeira na sua folga |
Refrescando do calor das Caraíbas |
As duas famosas lojas de roupa e lembranças de Mustique |
O famoso Basil´s Bar, propriedade do ex empregado de bar na Cotton House, Basil Charles, estabeleceu-se em 1976 e desde então tem recebido celebridades e pessoas ordinárias, todas juntas no mesmo espaço de descontracção, simpatia e boa musica em frente ao mar em Mustique. Diz-se que é comum o Mick Jagger ou o Brian Adams aparecerem e pegarem no microfone e descontraidamente oferecerem um show a quem lá está, enquanto se encontram de férias por lá. Eles têm boa comida, cocktails diversos e musica ao vivo ou Dj residente. Ao Domingo tinham sempre o Sunset Jazz event e muitos marinheiros que ancoram na Baía vêm ao Basil´s para uma bebida e socialização. Basil Charles tornou-se uma figura mediática, conhecido por todos e terá inclusive sido convidado para o casamento de William e Kate. O homem continua por lá a lançar o seu charme e simpatia com quem se cruza com ele.
Praias lindas |
Perfeição |
A privacidade é muito estimada na ilha privada de Mustique e por exemplo, quando Kate e William estiveram na ilha de férias, qualquer pessoa que acedesse á ilha era interrogada pelos seguranças da Musique Company no sentido de saber se trazíamos cameras fotográficas. Também algumas zonas da ilha foram vedadas de modo a que a família real pudesse usufruir de privacidade maxima.
Caminhando pela ilha encontramos com frequência as tartarugas de terra e apesar de não haver muito trafego (a maioria são carrinhos de golfe) ainda ajudei algumas a passar a rua.
As tartarugas terrestres da ilha |
Numa das visitas ao Basil´s Bar, conheci um casal alemão muito divertido que se encontrava lá com dois hospedes seus do seu veleiro e fiquei a saber que eram um casal muito interessante. Eles venderam o seu restaurante e andavam a viajar pelo Mundo no seu pequeno veleiro. Ja tinham atravessado o Atlantico em direcção ao Canadá, EUA e desceram até ás Caraibas. Iriam em seguida, percorrer as ilhas restantes em direcção ao canal do Panamá e depois atravessariam para o Oceano Indico onde iriam navegar até ás ilhas do Tahiti e Polinesia Francesa, Australia, Nova Zelândia...
Mais de um ano passou desde que os conheci e penso que ainda andam para aí no mundo, marinheiros, lobos dos mar...
Eu entrei a bordo do seu veleiro num dia de folga e passei o dia com eles. Partilhamos uma refeição, histórias e belos momentos no mar.
Visitando um veleiro de exploradores alemães |
Preparando um almoço tipicamente alemão |
Um por do sol perfeito |
O dia em que quase me envenenei acidentalmente.
No meu primeiro dia de folga, saí para fazer uma caminhada, explorar a costa da baia onde nos encontrávamos e apanhar um pouco de sol. Afinal era o meu primeiro dia de sol depois da viagem que nos tirou do Inverno inglês.
Caminhei junto da água, contemplei as bonitas tonalidades de azul do mar e impressionei-me com a abundância de conchas gigantes apinhadas na praia. Aquelas conchas que so vira à venda em lojas exóticas em Portugal e que eram maiores do que as minhas duas mãos juntas e que quando aproximava do ouvido conseguia ouvir o mar. Pensei que, apesar das restrições da minha bagagem, teria que levar pelo menos uma comigo. Tudo a distraiu minha atenção, excepto um sinal de aviso de perigo para as arvores e frutos daquela zona da ilha. Não o ví e por isso não me apercebi que a zona que escolhi para me deitar ao sol e junto á agua, tinha uns habitantes perigosos. Vi um pequeno fruto tropical no chão e decidi experimentar. Adoro frutos tropicais e confesso que já estava um pouco saturada do único fruto que tínhamos a bordo, comuns maçãs... Por isso, pensei em provar aquele fruto verde que estava ali. Abri e pus a lingua para sentir o sabor. Confesso que não trinquei apenas porque a primeira sensação que tive na minha língua fora picadas e um ardor. Deitei fora o fruto mas tivera-o na minha boca. Ignorando o perigo do que fizera, adormece quando acordei vi uma rash na minha coxa, um vermelhidão e uma sensação estranha que não sabia descrever. Não me sentia bem e parecia que estava taquicardica, tinha o meu coração acelerado e a sensação que algo estava errado. Como tinha o rash cutâneo e uma vez que não havia hospitais por perto, decidi tomar prednisolona so por prevenção e mais tarde senti-me melhor, sem saber o que se passara comigo. Só uma semana mais tarde, quando tive outra folga e fui de novo caminhar na ilha é que me apercebi do sinal de aviso abaixo... "Arvores Mancenilheira" - VENENOSAS. Não coma as pequenas maçãs verdes. Não fique debaixo das árvores quando chove. Evite tocar nas folhas, flores e seiva. As á árvores estão marcadas com uma faixa de tinta vermelha á volta do tronco"
O sinal de aviso que não ví sobre a fruta venenosa |
Existem alguns factos históricos curiosos sobre esta árvore, tais como o facto de Cristovão Colombo ter apelidado estes frutos de "Manzenilla de La Muerte" e os indígenas usarem a seiva desta arvore para envenenar as suas lanças e causar morte agoniante aos seus inimigos.
Para além dos frutos serem venenosos, o fumo de uma destas arvores a arder provoca cegueira. Também a seiva provoca queimaduras na pele, pelo que é absolutamente desaconselhado abrigarem-se da chuva debaixo destas árvores. Este é um erro típico dos turistas que desconhecem esta árvore, pelo que quis focar aqui o que aprendi sobre esta árvore pois a ignorância pode ser fatal neste caso e eu por pouco não sofri consequencias graves. Estas arvores são muito importantes no ecossistema nomeadamente na preservação de água nos solos e existe em varias ilhas das Caraíbas e America Central. Eu encontrei-as mais tarde na Ilha de St Barth também.
http://www.jornalciencia.com/meio-ambiente/diversos/3465-conheca-a-arvore-mais-perigosa-do-mundo-apelidada-de-qplanta-de-morteq-e-suas-impressionantes-caracteristicas.html
Um efeito de anel no Sol |
Libraria de Mustique |
Marquinhos de pesca coloridos |
Mercado do peixe |
Para finalizar não poderia deixar de falar sobre as pessoas, que são muito afáveis e simpáticas. Todos se cumprimentam e são educados. A maior parte das vezes param para dar boleia se nos virem a caminhar. No final descobri um bar local de musica latina e foi sem duvida um sitio pitoresco e autentico, uma das minhas melhores experiências na ilha de Mustique.
O supermercado da ilha |
Ás compras com a Kavi, a minha querida colega de trabalho no barco |
The Cotton House |
The Cotton House Beach |
O espaço maravilhoso da Cotton House |
No legendário Basil´s Bar |
Vista sobre a Baía principal de Mustique |
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