Sempre tive a ideia de que as Filipinas eram um dos países
de top, no que diz respeito a praias paradisíacas, ilhas tropicais, pessoas
simpáticas, mar tranquilo, transparente e azul… não vim mais cedo pela
distância em relação ao sudoeste asiático e pelo preço dos voos…mas quando as
Filipinas são um dos poucos países que me falta visitar para “estes lados”…
porque não?
7107 Ilhas distantes
do resto da Ásia, uma cultura distinta e o único asiático maioritariamente
cristão tornam as Filipinas num país diferente dos seus vizinhos. A ocupação
espanhola desde a era dos Descobrimentos deixaram esta herança religiosa e
pouco mais do que isso. Terão sido os americanos que, na ocupação prévia à
Segunda Guerra Mundial, deixaram melhor marca a este povo, apostando em
infra-estruturas, como estradas e apostando na educação, tendo inclusive
trazido centenas de professores dos USA para o fazerem.
Este povo passou muito no passado…o massacre de Manila em
1948 feito pelos japoneses é um dos marcos mais terríveis na história deste
povo. Morreram 150000 civis e a cidade, outrora uma pérola da Asia, tornou-se
nos escombros irreversíveis de uma cidade destruída. Manila é hoje palco de
actos de terrorismo, de raptos e de criminalidade. Por tudo isso não quis
visitar a cidade. Apesar das pessoas me acharem aventureira, há riscos que não
quero correr e mesmo as minhas aventuras têm uma dose de risco muito
controlado. Faço sempre imensa pesquisa sobre a segurança dos locais que visito
e adopto medidas preventivas. Mas ainda em relação a este povo, apesar desta
carga pesada de atrocidades, eles têm uma filosofia de vida que lhes é própria;
eles chamam de “Bahala na” e
significa “o que tiver que ser será”, são de certa forma permissivos com o seu
destino e passivos ao que a vida lhes oferece. Esta expressão simboliza o facto
de que na vida tudo acaba por passar
com o tempo e entretanto a vida é para ser vivida!
Há quem atribua ás Filipinas uma negativa fama de
insegurança, mas sinceramente, eu acho que existem zonas de risco que estão bem
assinaladas e nos restantes sítios, como Palawan, Bohol, Cebu, Boracay, entre
muitos outros, o povo está distante dessas “guerras” e neles vejo sorrisos
sinceros, humildade, educação, alegria e bondade para com os seus visitantes.
De pés postos no Aeroporto de Manila, quase mal os tirei
para fora do recinto. Como disse anteriormente, Manila é uma cidade que não
tenho interesse em visitar e dessa forma, sabendo que o voo de Kuala Lumpur
chegaria ás 21h30, comprei o voo mais próximo para a Ilha de Palawan, neste
caso ás 5h30 com a Zest Air. Implicou a transferência para o terminal de voos
domésticos e uma espera de algumas horas. A facilidade do “free wi-fi” no
aeroporto foi uma mais-valia para a passagem do tempo…
Escolhi para a minha passagem pelas Filipinas, desta vez,
Palawan, Cebu (Malapascua?) e Bohol.
Fugi a Boracay por considerar que é demasiado turístico e os
voos são também muito caros e optei por Palawan por informações que me foram
dadas por outros viajantes de que se tratava de um paraíso ainda intacto, mas
com franca expansão turística. Palawan está também entre os 12 destinos
recomendados para 2013 pela Lonely Planet. Bohol atrai pela Fundação de
Protecção ao Tarsier, um pequeno e simpático mamífero, que existe
exclusivamente nesta Ilha e que está em vias de extinção e, claro, as “Chocolat
Hills”. Malapascua é um paraíso para mergulho, mas é tão longínquo que ainda
não decidi se lá vou.
Chegadas ao Aeroporto de Palawan apanhamos um veiculo-taxi
motorizado, muito engraçado, que nos levou ás duas, bem como ás nossas pesadas
mochilas a San Jose Bus Terminal, o ponto de partida, por terra, para todos os
pontos da Ilha. Aqui entramos numa mini-van e por 12€ fizemos 5 horas de
estrada (entre as quais 4h foram em estrada asfaltada, mas com muitas curvas).
Depois de uma noite não dormida e ainda a sofrer de Jetleg, podem imaginar o
sacrifício que foi. Mas El Nido era uma forte aposta para os próximos dias, bem
como o Arquipélago onde se insere – Bacuit Archipelago. E não desiludiu! Aqui
ficaremos enquanto nos apetecer e iremos explorar de barco nos próximos dias as
ilhas e ilhotas, as lagoas e as montanhas em redor, na Baía de Bacuit,
considerado o melhor ex-líbris de Palawan.
Bacuit Archipelago |
Deslumbrada no Arquipélago Bacuit :) |
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